A preservação do patrimônio, em especial de áreas verdes nas cidades, vem sendo tema debatido, visto que a qualidade e o bem-estar das pessoas dependem de mecanismos que criem harmonia no ambiente, e isso está relacionado com o planejamento ambiental.
No que concerne à arborização, o avanço de loteamentos e construções, resultantes do processo de especulação imobiliária, têm contribuído cada vez mais para a diminuição das árvores nas zonas urbanas, ficando restritas, em sua maioria, às árvores, às praças públicas, canteiros centrais e, quando muito, em parques ou reservas florestais existentes na cidade.
No município de Rio Claro, nota-se essa diminuição. Há poucas árvores pelas calçadas dos bairros, tem-se a diminuição do número de hortas urbanas nos quintais das casas; e a vegetação arbórea fica restrita a praças, jardins internos e canteiros de avenidas principais.
Nos últimos meses, devido à ação das chuvas e ventos de verão, muitas árvores caíram em diversos pontos do município. As árvores mais antigas necessitam de monitoramento, pois são suscetíveis à ação do tempo e, com as chuvas, o solo fica instável e as copas e troncos ficam encharcados, o que leva a quedas bruscas destas árvores.

Figueiras , plantadas em série nos anos 30 na Avenida da Saudade, caminho do Cemitério Municipal – Foto Tadeu Olivetti
Assim, a alternativa é o planejamento estruturado da arborização municipal e manejo adequado com espécies e locais propícios, bem como a execução de podas corretas, evitando o desequilíbrio das árvores e consequentemente o apodrecimento de seu tronco e raízes.

Ipê Rosa, em período de florescencia, localizado na Avenida 40 Alto do Santana – Foto de Tadeu Olivetti
As árvores possuem uma estrutura complexa que necessita de cuidados, o que denota a importância em solicitar apoio técnico de acompanhamento e manutenção das espécies para que elas fiquem resistentes por anos.

Tipuana Tipu – Origem Asia – localizadas nos canteiros centrais em frente ao Centro Cultural Roberto Palmari – Foto Tadeu Olivetti
Há situações em que as árvores estão associadas com incômodos à população, por exemplo, da limpeza (em estações do ano como o outono, as folhas caem) e de segurança (queda das árvores devido a fenômenos naturais ou pelo tempo de existência destas). No entanto, antes de solicitar a retirada de uma árvore, faz-se importante considerar os benefícios que esta traz à qualidade de vida da população.

Arvore Sibipiruna em periodo de florescencia – Jardim Kennedy – Três Fazendas – Foto Tadeu Olivetti
O ideal é entrar em contato com uma equipe especializada que proponha mecanismos de manejo preventivo, priorizando bairros e áreas com arborização mais antiga, e lugares de grande concentração de pessoas e veículos, garantindo a melhor longevidade das espécies.

Praça Arborizada na Rua 10 entre Avenidas 28 e 30 – Santana
Em Rio Claro, há árvores que somam mais de cem anos de existência, no entanto, além de representarem o patrimônio verde do município, também contribuem para a redução da temperatura local (microclima urbano); preservação da biodiversidade; evitam alagamentos devido à retenção de água; contribuem para o aspecto estético da paisagem urbana; amenizam a poluição sonora; e garantem bem- estar físico e psicológico às pessoas.

Falso Chorão, muito usado na arborização pública de Rio Claro, a partir do final dos anos 80 até os dias atuais – FotoTadeu Olivetti
Portanto, as árvores representam equilíbrio ambiental devido à integração de aspectos harmônicos de lazer, recreação e sociabilidade, e cabe aos cidadãos rio-clarenses contribuírem para sua preservação, visto que elas são partes integrantes da história e cultura da cidade, promovendo bem-estar social.
Autor: Éder Rodrigo Varussa, Gestor e Educador Ambiental, Doutorando em Geografia pela UNESP, Mestre em Geografia – Linha de Pesquisa: Territórios, Mutações Econômicas e Políticas Públicas. Especialista em Gestão Ambiental e Sustentabilidade. Bacharel em Administração Empresarial.