Tiro, porrada e bomba! A expressão carioca derivada da música da funkeira Valesca Popozuda nunca fez tanto sentido. Não houve porrada, mas os tiros e explosões foram ouvidos quilômetros de distância da ação que ocorreu contra as agências bancárias no Centro de Rio Claro.
No local, logo depois do ataque, a equipe do Centenário coletou diversos depoimentos de moradores dos arredores. Além do medo, os questionamentos acerca do armamento pesado utilizado pelos criminosos levantou outro ponto: como os assaltantes obtiveram poder fogo tão pesado? Cápsulas de calibre ponto cinquenta, capazes de derrubar helicópteros, estavam espalhadas pelo chão. Ao todo, as polícias civil e militar recolheram 545 cápsulas de diferentes calibres na cena do crime.
A pergunta que diversos cidadãos fizeram durantes as primeiras horas depois da ação, foi respondida pelo delegado aposentado Osvaldo Galvão de França Filho ao Número 1. De acordo com ele, existem duas possibilidades: roubo de arsenais das forças armadas ou tráfico de armas. “No caso do tráfico, as armas entram pelo Paraguai”, diz, referindo-se às fronteiras Brasil, Argentina e Paraguai.
Ele disse ainda que o Estado não está preparado para lidar com essas ações estratégicas do crime organizado. “O Estado não está preparado. É difícil coibir um assalto desse porte. Existe todo um planejamento por parte da quadrilha. A Polícia Federal tem condições de encontrar essas quadrilhas por meio de investigação. Para aumentar o grau de segurança deveria ter uma base da Polícia Federal em Rio Claro”, argumenta Galvão.
ROTA DO CRIME
Vale lembrar que Rio Claro esteve na rota do tráfico de armas quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Senhor das Armas. A intentona da PF aconteceu em agosto de 2017 e foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, dois de condução coercitiva e um de prisão no município.
Na ocasião, carga procedente de Miami (EUA) que seguiria para o Aeroporto Internacional de Vitória (ES) teve sua rota desviada por condições meteorológicas e foi recepcionada pela alfândega no Aeroporto Internacional de Viracopos. A verificação feita pela Receita Federal constatou diferença na carga e contabilizou 41 peças de armas de fogo de calibre restrito.
Comunicada, a PF começou averiguação que teve cooperação internacional do órgão da PF nos Estados Unidos e de autoridades americanas do U.S. Immigration ans Customs Enforcement (ICE).
De acordo com reportagem veiculada pelo Fantástico em janeiro deste ano, a entrada no país para os traficantes de armas ilegais passa pelas fronteira com Argentina e Paraguai. “Pistolas e fuzis vêm de outros países para abastecer também grupos criminosos envolvidos em roubos de carga, banco e carros fortes”, informa a reportagem.
O telejornal destaca também que a PF descobriu que os bandidos estão se valendo de uma nova modalidade: a chamada remessa expressa. As armas são compradas desmontadas nos Estados Unidos e chegam no Brasil em peças avulsas, em pequenas encomendas, para despistar as autoridades. Procurada pela reportagem, a Polícia Federal não se manifestou até o fim do fechamento desta edição.
Tem político envolvido nisso… Arrecadando dinheiro para campanha política!!! Pergunte-se por que os políticos relutam em reformar o código penal?