Um problema crônico que presenciamos em todas as cidades brasileiras, e que deparamos até mesmo próximo de nossas casas, são as intermitentes invasões das áreas verdes urbanas.
Com o desenvolvimento urbano descontrolado e mal planejado, ineficácia do poder público em fiscalizar as áreas invadidas, e a eminente e consolidada falta de higiene e de respeito ao meio ambiente, por parte dos próprios moradores das áreas do entorno, se torna impossível estancar esse mal interminável.
Geralmente essas áreas são consideradas de preservação permanente, que margeiam nascentes e cursos de água que em décadas atrás percorriam livremente em meio a mata nativa e que aos poucos, foi devastada, para dar lugar ao desenfreado e mal planejado desenvolvimento urbano.
Num curto espaço de tempo foram construídas moradias, pomares, hortas, currais, galinheiros, baias, pocilgas e depósitos de materiais reutilizáveis, onde se criam todas as espécies de animais domesticáveis, transformando esses córregos em um esgoto a céu aberto que são os propulsores para o desenvolvimento de doenças infectocontagiosas.
Define-se como área verde urbana a área destinada aos espaços de domínio público que desempenhem função ecológica, paisagística e recreativa, proporcionando uma melhor qualidade ambiental, funcional e estética da cidade, sendo dotados de vegetação rasteira, arbustiva e arbórea em seus estágios de desenvolvimento, e espaços livres de impermeabilização, admitindo-se intervenções mínimas como caminhos, trilhas, brinquedos infantis e outros meios de passeios e divertimentos leves.
Na definição estas áreas desempenham um papel vital de transformação, promovendo inúmeros benefícios para a saúde daqueles que habitam nas proximidades, aumentando a umidade relativa do ar e ocasionando uma sensação térmica agradável, reduzindo as doenças respiratórios, e uma maior absorção dos gases expelidos pelos veículos e fábricas do entorno.
Pesquisas comprovam que as cidades com mais cobertura vegetal tem menores índices de violência e a população sofre menos com problemas psicológicos, além de atraírem mais pássaros que evitam a proliferação de insetos, vetores de doenças altamente transmissíveis e dentre os principais benefícios, favorece também a infiltração das águas fluviais evitando as enchentes e proporcionando a recarga do lençol freático.
Não precisamos nos deslocar muito para vivenciarmos essas invasões em nossa própria cidade, locais onde passamos diariamente e muitas vezes nem notamos o mal que elas representam.
Como exemplo, em Rio Claro, podemos citar os córregos Bandeirantes, Olinda, Wenzel, Conduta, Servidão e diversos outros, que além das invasões já existentes, servem de cemitério de animais, depósito de lixo orgânico e de detritos de nosso comércio, indústria e da construção civil.
A prefeitura municipal de Rio Claro, na atual gestão, tem intensificado a fiscalização para a desapropriação destas áreas invadidas, e atuando em projetos de recuperação florestal, mas sem o comprometimento da população, esse processo tem poucas chances de se tornar realidade.
Portanto, você, cidadão rio-clarense, colabore, descartando seus resíduos nos Ecopontos e ajudando na fiscalização destas áreas verdes, denunciando o descarte irregular você estará colaborando com o meio ambiente e com a saúde de todos.