A árbitra Edina Alves Batista foi destaque em matéria no site da FIFA. Em entrevista publicada nesta sexta-feira, a paranaense lembrou sua história de vida, o começo como trabalhadora no campo e o sonho realizado no ano passado, ao apitar uma semifinal de Copa do Mundo, na França.
O título da matéria, em tradução livre, resume um pouco da trajetória de Edina Alves com o futebol: “De coletora de solo a comandante de semifinal”. No final dos anos 90, a árbitra já demonstrava sua paixão pelo futebol nas quadras de futsal da pequena Goioerê, no Paraná.
Em 1999, Edina foi chamada para ajudar na arbitragem de uma partida na cidade e teve o primeiro contato com o ofício que mudaria sua vida. Ali, soube imediatamente o que queria. Mas não faltou luta para realizar seu sonho.
“Eu estudava à noite, para me tornar professora de educação física e era árbitra à tarde, então eu precisava de um trabalho que começasse cedo. Encher sacos de terra em um viveiro de sementes se encaixava nisso. Começava a trabalhar cedo, corria para treinar à tarde e depois ia para a escola. Claro que era exaustivo, mas todo vez que eu enchia os sacos de terra, eu fazia pensando: ‘Isso vai me ajudar a fazer o que mais quero, que é arbitrar partidas de futebol’ “, contou ao site da FIFA.
Depois de tornar auxiliar pela CBF, Edina sentia que faltava um passo a mais para realizar de vez seu sonho. Aos 34 anos, quando já era aspirante ao quadro da FIFA, a paranaense decidiu fazer uma mudança radical na carreira e praticamente recomeçar essa escalada como árbitra principal, em 2014.
A mudança deu tão certo que cinco anos depois Edina estava na França para apitar o duelo entre Estados Unidos e Inglaterra, pela semifinal da Copa do Mundo Feminina. Ao pensar em tudo que passou, a árbitra quase não acredita e se sente grata pela caminhada, que a levou do campo aos campos de futebol.
“Foi inacreditável. Quando eu penso em tudo que aconteceu, tudo pelo que passei, não me arrependo de nada. A Copa do Mundo é um evento histórico. Quando a Neuza (Back, assistente) sugeriu meu nome em 2014, tudo que eu queria era ser árbitra principal de um jogo da Série A do Brasileirão. Sou muito grata por ter estado na Copa do Mundo”, concluiu.
Por Assessoria CBF / Foto: Divulgação