A Secretaria Municipal de Saúde registrou o primeiro caso de sarampo em Araras – a doença não era diagnosticada há, pelo menos, três décadas na cidade. O paciente é um homem de 49 anos e foi contaminado pelo vírus em outro município – o caso, portanto, é importado. Ações de bloqueio já foram realizadas pela equipe de Vigilância Epidemiológica da pasta junto a pessoas que tiveram contato com ele para evitar possíveis novos casos da doença.
De acordo com a pasta, o paciente foi até hospital da Unimed no último sábado (10), com a doença viral já confirmada, e acabou sendo internado por precaução. O homem foi liberado nesta segunda-feira (12), sem complicações decorrentes da doença e fora do período de contágio.
Segundo informações do Setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria, ele teria contraído a doença na cidade de São Paulo e viajado para Minas Gerais em seguida. “Após o registro do caso, todas as medidas de segurança foram tomadas, inclusive com isolamento da área onde esse paciente mora, por meio da vacinação de todos os vizinhos e pessoas que, de alguma forma, tiveram contato com ele”, explicou a diretora de atenção básica da Saúde, Margareth Pagotti.
Apesar do caso confirmado na cidade, o cenário de vacinação não muda em Araras.
A vacinação contra o sarampo é feita atualmente aos 12 meses de idade, quando a primeira dose de vacina é aplicada, e aos 15 meses, quando uma segunda é recomendada. Mas o calendário vacinal, estabelecido pelo Ministério da Saúde, nem sempre foi assim.
“O calendário de vacinação mudou. Antigamente, a vacina contra o sarampo era aplicada aos quatro anos de idade, com reforço somente aos 15 anos. Muitas pessoas que nasceram entre as décadas de 80 e 90 não voltaram para receber esse reforço na idade prevista e precisam se imunizar agora”, explicou Margareth.
Crianças têm prioridade
Segundo recomendação do Ministério da Saúde, devem ser vacinadas crianças maiores de seis meses e menores de um ano, que vão viajar para 39 cidades dos Estados de São Paulo, Pará ou Rio de Janeiro, onde há surto ativo de sarampo, que devem ser imunizadas contra a doença com 15 dias de antecedência da data da viagem.
Considerada emergencial, a dose não substitui outras previstas no calendário. Assim, além da dose aplicada nesse caso, a criança também deverá tomar a tríplice viral aos 12 meses de idade, quando a primeira dose é aplicada, e aos 15 meses, quando a segunda dose da vacina é recomendada.
Além disso, motoristas, trabalhadores da área da saúde e professores também devem tomar uma segunda dose da vacina.
Mais de 900 casos confirmados no Estado
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, provocada por vírus. A transmissão é similar à gripe, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio de tosse e secreções respiratórias.
A imunização contra o sarampo é feita tanto pela vacina tríplice viral (que protege também contra rubéola e caxumba), quanto pela tetra viral (que inclui ainda a varicela), ambas disponíveis na rede pública de saúde e aplicadas conforme prevê o calendário vacinal.
O Ministério da Saúde registrou, entre os dias 5 de maio e 3 de agosto deste ano, 907 casos confirmados de sarampo no Brasil, em três Estados: São Paulo (901 casos), Rio de Janeiro (5) e Bahia (1). Cidades como Campinas, Indaiatuba, Sumaré e Hortolândia registram surto da doença, segundo o Ministério da Saúde.
Sintomas
Os primeiros sintomas do sarampo são febre alta, que dura por volta de uma semana, e manchas avermelhadas na pele. Os sintomas aparecem entre dez e 12 dias após o contato com o vírus e podem vir acompanhados de tosse persistente, irritação ocular, coriza e congestão nasal.
Rio Claro
De acordo com a Fundação de Saúde, Rio Claro segue sem registros de casos de sarampo. A Vigilância Epidemiológica de Rio Claro reforça a orientação para que a população mantenha a carteira de vacinação atualizada.