A Câmara Municipal de Rio Claro realizou nesta segunda-feira (25) mais uma rápida sessão ordinária. Na ordem do dia apenas um projeto para votação. O projeto de decreto legislativo que previa a concessão de Título de Cidadão Rio-clarense ao deputado e secretário estadual de Segurança, Guilherme Muraro Derrite, pelos relevantes serviços prestados à comunidade.
A honraria, no entanto, não foi aprovada pelos parlamentares que tinham aprovado pedido de comissão conjunta para o projeto na sessão anterior. A comissão conjunta acelera o trâmite nas comissões da Casa de Leis. A proposta precisava de dois terços dos votos para aprovação, porém foi rejeitada por 10 votos favoráveis e 8 contrários.
Votaram a favor os vereadores Geraldo Voluntário (MDB), Hernani Leonhardt (MDB), José Pereira (PSD), Julinho Lopes (PP), Moisés Marques (PL) – autor do projeto, Diego Gonzalez (PSD), Sivaldo Faísca (PL), Thiago Yamamoto (PSD), Vagner Baungartner (PSD) e Val Demarchi (PL).
Os votos contrários vieram de Adriano La Torre (PP), Alessandro Almeida (PSD), Carol Gomes (Podemos), Irander Augusto (Republicanos), Luciano Bonsucesso (PL), Paulo Guedes (PP), Rafael Andreeta (Republicanos) e Serginho Carnevale (PSD).
O autor Moisés Marques (PL) defendeu o projeto observando que Rio Claro precisa de mais segurança, ainda mais diante dos quatro homicídios registrados no último fim de semana, totalizando 26 neste ano. De acordo com ele, a honraria traria o secretário estadual para mais perto da cidade para aumentar o efetivo de policiais, e fortalecer a Guarda Civil Municipal (GCM) e os vigilantes patrimoniais.
O parlamentar afirmou que enquanto deputado, Derrite enviou quase R$ 2 milhões em emendas para a cidade, e como secretário deu aval para a construção da nova sede do 37º Batalhão da Polícia Militar no Jardim Claret.
Entretanto, o fim de semana violento foi um dos argumentos utilizados pelos vereadores que votam contra o projeto. “O homenageado nunca fez nada por Rio Claro. A PM enfrenta um desfalque e aguarda há muito tempo aumento do efetivo, aprimoramento dos agentes e melhor estrutura de trabalho. É uma hipocrisia estar votando um projeto para o secretário de segurança quando tivemos um final de semanas com quatro homicídios”, declarou Carol Gomes.
Na mesma linha se manifestou Rafael Andreeta. “Com todo respeito ao Derrite, mas ele não tem vínculo com Rio Claro”, disse o parlamentar que criticou deputados que somente aparecem no município em época de eleição.
“Na atual situação em que se encontra a segurança pública, se não fosse a Guarda Municipal, estaria um caos. Eu gosto do trabalho do Derrite, mas nunca trouxe nada para Rio Claro e não merece o título”, comentou Alessandro Almeida.
Serginho Carnevale também se posicionou contra. “Do Derrite, enquanto secretário, não tenho notícias de qualquer movimentação em prol da PM de Rio Claro, uma melhoria efetiva para os oficiais. O ‘time’ da votação é inadequado diante da situação ocorrida no fim de semana”, pontuou.
“Gosto do trabalho dele, mas não é o momento adequado. São os guardas municiais que levam nas costas a carga pesada da segurança”, frisou Irander Augusto. “Devido ao fato que estamos vivendo, o momento não é favorável”, completou Adriano La Torre.
Diante das manifestações contrárias e rejeição do projeto, Moisés Marques reiterou o histórico profissional e o bom trabalho que vem realizando Guilherme Derrite no comando da segurança pública no estado de São Paulo. Conforme ele, continuará trabalhando para trazer o secretário para cada vez mais perto de Rio Claro.
Por Ednéia Silva / Fotos: Emerson Augusto/Câmara Municipal