Amadorismo no Executivo
►Minha peregrinação em governos se iniciou com a oportunidade dada pelo ex-prefeito João Teixeira Junior, lá em 2017. Confesso que houve resultados expressivos, mas muita reflexão sobre qual seria o papel do Estado e quais seriam as entregas prioritárias para a população. Logo, a relação orçamento, processos, projetos e impacto sempre me intrigaram.
►De lá para cá, tenho presenciado muitas iniciativas de êxito. Em Alagoas, nos 100 dias que lá fiquei, pude ver iniciativas que deveriam ser copiadas por cidades paulistas que ainda pensam o orçamento como uma obrigação da lei, não como uma ferramenta de entrega à população. Quantas vezes vi a terceirização dessa competência a assessorias que dominam software que engessam os orçamentos.
►Agora, no Mato Grosso do Sul, estou espantado de como a implantação da gestão estratégica é magnífica! Como ela poderia mudar radicalmente a vida dos municípios brasileiros de pequeno e médio porte. E dentro da máquina estadual, muito maior que a da prefeitura de Rio Claro, por exemplo, vejo que a implantação da gestão estratégica eliminaria os ruídos provincianos que são danosos aos cofres municipais.
►Falo, especificamente, alinhar o Plano Plurianual, com indicadores estratégicos, para monitoramento e avaliação das entregas à população. Outra ferramenta que me chamou atenção, e sugiro aos doutos administradores, é a implantação do contrato de gestão entre os secretários e o prefeito.
►A cada passo dentro de cada setor burocrático, relembro quanto os atores do governo que participei eram amadores. Brigas por poder e ego, solaparam um governo que ao meu ver teve inúmeras entregas que não tiveram seu capital político capitalizado. Torço para que o Executivo da minha querida cidade possa se modernizar e se transforme digitalmente.
►Antonio Archangelo é gestor, pesquisador e professor.
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