Os alunos da rede pública municipal de ensino de Rio Claro voltam às aulas nesta terça-feira (6) depois de quase dois meses de férias. O ano letivo começa para mais de 18 mil alunos da educação infantil, ensino fundamental I e EJA (Educação de Jovens de Adultos). Já os estudantes da rede estadual de ensino iniciam o ano letivo no próximo dia 15.
Como de praxe, os alunos passam por período de adaptação à rotina, com horários diferenciados e reduzidos, antes de cumprirem a jornada escolar completa. Na educação infantil, por exemplo, hoje haverá acolhida aos alunos e reunião com os pais. Na quarta e quinta-feira as crianças terão atividades por duas horas, e a partir de sexta-feira o horário será normal. Esse cronograma vale para etapas I e II.
Para os estudantes do ensino fundamental I (1º ao 5º ano), as escolas realizam acolhida e reunião com pais nesta terça. A partir de amanhã o horário será normal. A acolhida aos alunos da EJA foi realizada na última sexta-feira (2), quando também aconteceu a reunião pedagógica e administrativa das equipes escolares. Nesta segunda-feira (5) os professores e profissionais da educação participaram da aula inaugural do ano letivo.
Adaptação necessária
A pedagoga Bruna Duarte Vitorino, que atua como coordenadora e especialista em educação na rede Kumon, destaca a importância de preparar as crianças a adolescentes para o retorno escolar, além de facilitar sua adaptação ao momento.
“Respeite o ritmo de cada criança. A adaptação à rotina escolar pode ser mais rápida para alguns e mais lenta para outros. Ter paciência, oferecer apoio e incentivar a autonomia da criança está entre as tarefas dos pais e cuidadores. Cada um tem seu superpoder e seu tempo para brilhar”, explica. “É hora de ajustar a rotina e os limites para que a volta às atividades seja leve e os alunos não tenham dificuldade para se adaptarem ao início de ano letivo”, acrescenta a profissional.
Problemas e desafios
Por outro lado, problemas podem surgir. A criança pode se recusar a voltar à escola, e os pais ficam “perdidos”, sem saber o que fazer. Segundo a psicanalista e pedagoga Maristela Carvalho, em alguns casos o retorno à escola causa angústia e insegurança, e isso pode surgir por diversas razões como dificuldade com uma matéria, um professor ou um colega.
“Seja o que for, temos que tomar cuidado, pois a escola é a primeira grande sociedade da criança, onde enfrentará as dificuldades do dia a dia, aprenderá a lidar com elas e a enfrentá-las”, orienta Maristela. “A criança que passa por uma dificuldade muito grande, não deve ser afastada do problema, ela precisa ser acompanhada, acolhida, orientada neste processo. Isso irá fortalecê-la para que, não apenas neste, mas também nos problemas futuros, quando adulta, consiga ter força para enfrentar”, explica.
Maristela aponta que o modo como lidamos com os impasses hoje e como apoiamos os nossos filhos, refletirá na maneira como eles farão mais tarde, na vida adulta. “Os problemas seguirão acontecendo. Hoje, é na escola, mas em breve será com um chefe, um colega de trabalho, com colaboradores. Como resolvemos as situações ao longo da vida está relacionado às experiências da nossa infância. Por isso, é tão importante apoiar desde cedo crianças e jovens a enfrentarem cada desafio”, esclarece.
De acordo com ela, se a criança não quer ir para a escola, o primeiro passo é estar perto para acompanhar, ajudar a enfrentar e não se esconder. “Precisamos deixar claro que entendemos a sua angústia, que estamos sempre do seu lado e que acreditamos que aquele desafio será ultrapassado”, afirma.
A psicanalista ressalta que, caso estas medidas não sejam suficientes, é importante procurar ajuda profissional, seja na escola ou apoio psicológico para a criança. “O que não podemos é ignorar um sinal de alerta”, conclui Maristela.
Por Redação DRC