Projeto de lei que proíbe fornecimento de canudinhos plásticos em restaurantes, padarias e hotéis no Estado de São Paulo foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo na quinta-feira (13).
Segundo o projeto do deputado Rogério Nogueira (Democratas), os canudinhos de plástico deverão ser substituídos por canudos de papel ou biodegradáveis. O governo João Doria (PSDB) tem o prazo de 12 meses para regulamentar a lei.
Em Rio Claro, lei sobre o tema tramita na Câmara municipal. Em Santa Gertrudes, legislação municipal já foi aprovada proibindo o uso do material.
COMÉRCIO
O proprietário do Chopp & Cia., Gustavo de Sousa, aderiu aos canudos de papel e biodegradáveis há pouco mais de um mês. “Percebemos que existia um movimento na internet sobre o tema e, sobretudo, em defesa do meio ambiente. Com isso, decidimos adotar os novos canudos. Ainda estamos em processo de transição, mas queremos o mais rápido possível atender essa demanda imprescindível ao meio ambiente”, esclarece.
Questionado sobre o custo dos canudos de papel ou biodegradáveis, Sousa foi enfático: “são mais caros, com certeza. Mas o benefício para o meio ambiente é a longo prazo. Isso, dinheiro nenhum paga”.
De acordo com o comerciante, os clientes estão recebendo bem a novidade, e muitos elogiam a iniciativa. “Eu não sabia que tantos clientes tinham a consciência ecológica, mas eles têm se mostrado bem inteirados”, disse.
MEIO AMBIENTE
Mariana Rubini, que produz cosméticos naturais em Rio Claro, é uma militante da causa e vem lutando contra o plástico há anos. “Se fez a lei é porque a população por si só não se conscientizou”, avalia.
Ela destaca que o material é mais caro devido à falta de procura, mas acredita que a lei vai modificar o cenário. “A população em geral não está preocupada com o meio ambiente. Mas mexendo no bolso, infelizmente, a população vai se conscietizar”, acredita.
Mariana destaca que a cultura dos canudos é dispensável. “Quem precisa de canudos são bebês ou pessoas idosas com problema de sucção. É uma coisa que para a natureza demora centenas de anos para decompor e, para a pessoa usar, são apenas alguns minutos. E, às vezes, a mesma pessoa usa mais de um no mesmo dia”, avalia.
Ela reforça que a reciclagem desse material é inviável para empresas. “Precisaria de muito material e acaba sendo inviável para as empresas de reciclagem”, comenta.
Mariana carrega seu próprio canudo de metal dentro da bolsa e acredita que o todo é composto por diversos indivíduos que devem ser conscientes. “Quando quero usar canudo, retiro o meu da bolsa e utilizo. Acho que a consciência tem que vir de cada um. O todo é formado de cada indivíduo. Se cada um fizer sua parte, a gente faz acontecer uma ecologia e meio ambiente adequados para todos os seres. Não apenas os seres humanos”, finaliza.