Estudos comprovam que a região com o maior índice de déficit habitacional é a sudeste, com 2 milhões 425 mil domicílios.
Ao contrário do que muita gente pensa, déficit habitacional não é só não ter a casa própria: também está relacionado à questão de infraestrutura, urbanização e planejamento.
E o déficit habitacional é sempre o maior desafio dos secretários de habitação. Por esse motivo, hoje, Anderson Golucci é o nosso convidado para expor nas páginas do Diário do Rio Claro as suas dificuldades, realizações e projetos futuros.
E o secretário começa falando exatamente sobre a necessidade de dar moradia e infraestrutura ao mesmo tempo.
“Além de providenciar moradia, nosso governo tem se preocupado em suprir as demandas de equipamentos sociais para a comunidade, pois não basta providenciar uma casa ou apartamento e não oferecer condições mínimas para uma vida com qualidade. Neste sentido, a região do Terra Nova, por exemplo, terá uma creche inaugurada nesta semana e tem uma escola sendo construída para 780 alunos. A prefeitura também providenciou melhorias no trânsito e na iluminação pública e já prepara outras melhorias para os moradores daquela região, conforme compromisso do prefeito Juninho”, afirma Anderson Golucci.
Confira na sequência a entrevista na íntegra do Secretário da Habitação de Rio Claro.
Diário – 18 meses já foram suficientes para colocar a casa em ordem, do jeito que você gosta?
Anderson Golucci – Sim, afinal temos uma equipe capacitada e competente. Estamos Trabalhando muito e avançando a cada dia.
Diário – Quais foram as suas maiores dificuldades nesse tempo?
Anderson Golucci – A palavra é desafio e não dificuldade. O desafio é fazer com que as pessoas entendam a evolução habitacional. Não podemos pensar em 2018 como pensávamos na década de 80. Ao construirmos temos que ir muito além de quantidade de casas. A obrigação é garantirmos que as famílias contempladas obtenham dignidade e qualidade de vida. E é assim que estamos trabalhando com respeito e seriedade.
Diário – As conquistas?
Anderson Golucci – Avançando e conquistando cada vez mais. Recentemente assinamos convênios para atendermos famílias com renda bruta familiar com até R$ 2.600,00 (544 unidades) e mais (144 unidades) com renda bruta familiar até R$ 4.000,00. As pessoas interessadas podem entrar em contato na Secretaria Municipal de Habitação. Regularização de imóveis também é nosso foco. Estamos trabalhando muito para regularizar nossos empreendimentos de interesse social, dentre eles, o Orestes Armando Giovanni.
Diário – Temos visto e ouvido durante os tempos muitas reclamações da qualidade das obras ditas de “interesse social”. O que você poderia dizer sobre isso?
Anderson Golucci – Temos tomado todas as providências para que isto não ocorra nos imóveis que estamos entregando ou naqueles que iremos entregar para a comunidade. Antes de entregarmos os apartamentos no Jardim das Nações 1, por exemplo, conversei com o prefeito Juninho e optamos pela entrega técnica e não política, ou seja, oferecer tempo para que as pessoas fizessem a fiscalização decentemente. A construtora revisou o trabalho antes da mudança. Problemas pontuais podem ocorrer inclusive nos empreendimentos de alto padrão.
Diário – Já fazem aproximadamente uns vinte anos que ouço dizerem que o déficit habitacional da cidade de Rio Claro é de 4 mil. Hoje está em quanto?
Anderson Golucci – Vou falar do nosso cadastro. Temos aproximadamente 13 mil pessoas inscritas com renda que não ultrapassa R$ 1.800,00.
Diário – Desde que estou em Rio Claro, a cada administração que entra o deficit continua o mesmo 4 mil. Aí a administração mostra durante a gestão que construiu 2,3 mil unidades. E o déficit continua o mesmo. Como explicar essa matemática?
Anderson Golucci – Estou atentando a nossa realidade hoje, e estamos trabalhando com nossas informações atuais. Não tinha como atentar e justificar fatos do passado. A nossa realidade é essa quantidade acima. Temos que nos atentar quanto ao crescimento populacional nos municípios de porte médio, os que têm de 100 mil a 500 mil, o crescimento populacional é diferenciado.
Diário – Outro comentário recorrente são as famosas vendas irregulares de imóveis de programas sociais. Isso continua?
Anderson Golucci – Nunca ouvimos falar no combate às operações indevidas de imóveis de interesse social como temos ouvido hoje. Estamos trabalhando fortemente para combater a comercialização irregular. O que tem de ser compreendido é que algumas situações dependem de outras entidades, tais como o agente financeiro que tem legitimidade para postular judicialmente com a reintegração das unidades.
Diário – Como fazer para minimizar esse fato?
Anderson Golucci – Ajuda dos órgãos de fiscalização, mutuários e agente financeiro. Temos recebidos várias denúncias e dando encaminhamento com muita seriedade.