No Brasil atualmente foram registrados 450 agrotóxicos, sendo de baixa toxidade apenas 52 deles. De acordo com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) países como Estados Unidos, China e outros da União Europeia já baniram muitos agrotóxicos de alta toxicidade e agora o principal destino desses produtos é o nosso país, que usa pelo menos dez produtos proibidos nesses países citados.
Os agrotóxicos são utilizados principalmente em monoculturas em larga escala para conter pragas e doenças nas produções agrícolas.
Agrotóxicos ou agroquímicos são utilizados nos setores de produção agrícola, agropecuária e outros, com a finalidade de alterar a composição química tanto da flora quanto da fauna, a fim de preservá-las, como consequência disso segundo pesquisa da Organização Mundial de Saúde e da ANVISA surgem problemas ambientais e de saúde.
Associamos os tipos de agrotóxicos de acordo com a natureza da praga que será combatida ao seu grupo químico pertencente e aos danos relacionados a saúde humana e ao meio ambiente. Como exemplo os Inseticidas que combatem insetos: Aldrin, Carbofuram e Deltametrino; Fungicidas, combatem fungos – Mancozeb, Binapacul, Brestam; Herbicidas, que combatem ervas daninhas, Roundup, Profam, Diquat, Diclobenil, Desfoliantes, que combatem folhas indesejadas – Paraquat e Dinoseb; Fumigantes – Combatem bactérias no solo: Dazomet e Cloropicrina.
Com o objetivo de quebrar o ciclo das pragas e diminuir risco de danos a plantação, os agrotóxicos são utilizados para aumentar a produtividade, porém o uso excessivo dos mesmos causam sérios danos ao meio-ambiente, como contaminação do solo, do lençol freático e dos produtos cultivados, sendo assim, a saúde humana também corre risco.
Segundo o SINDIVEG (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal) em 2017, as produções agrícolas vencedoras no uso de agrotóxico foram em primeiro lugar a soja, em segundo a cana-de–açúcar, em terceiro o milho e em 4º lugar o algodão.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) classifica os agrotóxicos por cores, de acordo com a dose de letalidade de cada um. Os indicados pela cor vermelha, são extremamente tóxicos, os de cor amarela, são altamente tóxicos, de cor azul, medianamente tóxicos e na cor verde, pouco tóxicos.
Segundo pesquisa feita pela ANVISA, por meio do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) entre os anos de 2013 e 2015, foram analisadas mais de 12 mil amostras de alimentos, sendo que os que apresentaram maior potencial de risco são: a laranja, o abacaxi, a couve e a uva. O relatório da pesquisa constata que a maioria das irregularidades não afetam a saúde do consumidor de modo geral, mas sim, a saúde do agricultor se o mesmo não seguir as orientações corretas para o uso de agrotóxicos.
O uso de agrotóxicos no Brasil é regulado pela Lei de Agrotóxicos nº78022 de 1989 com restrições a quem utiliza, em 2018 foi revogada pela Câmara dos Deputados flexibilizando as regras de produção, comercialização e distribuição de agrotóxicos. Também em 2019 o Ministério da Agricultura aprovou o registro de agrotóxicos de alta toxicidade, sendo que no Brasil são usados pelo menos dez já banidos em outros países.
Essa flexibilização gerou diversos debates entre ambientalistas e outros órgãos que criticam o uso de agrotóxicos e de ruralistas, que defendem o uso para garantir a produtividade.
O desenvolvimento de diversas doenças, como câncer, distúrbios endócrinos e neurológicos estão relacionados à ingestão de resíduos de agrotóxicos nos alimentos, sendo manifestados a curto ou longo prazo.
Podemos encontrar os agrotóxicos em alimentos de origem vegetal e animal, como leite, ovos e carne. Para evitar intoxicações e doenças a ANVISA orienta preferir o uso de produtos de origem orgânica, ou seja, aqueles que não utilizam defensivos agrícolas; lavar corretamente os alimentos antes de consumi-los e de preferência remover as cascas.
Portanto procurar locais onde produtos orgânicos são vendidos para consumo é a alternativa ideal, também se possuir quintal com terra, criar o hábito da horta caseira, a sua saúde e o meio ambiente agradecem essas atitudes.