O aleitamento materno é uma questão de saúde pública e também um direito humano que precisa ser respeitado e protegido. Conforme destacado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa o chamado Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação, em que a cor se refere ao padrão ouro de qualidade do leite materno.
A Semana Mundial de Aleitamento Materno (Smam) é uma campanha mundial que tem como objetivo estimular as ações relacionadas ao tema. Foi celebrada de 1º a 7 de agosto com a bandeira “Proteger a amamentação: uma responsabilidade de todos”. É preciso a mobilização de toda a sociedade para incentivar e garantir o direito à amamentação, de modo a proporcionar as condições para que as mulheres possam amamentar pelo tempo necessário. E esse esforço conjunto inclui, o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e seus profissionais.
Para destacar a importância do ato, o Diário do Rio Claro conversou com a coordenadora do Banco de Leite da Santa Casa de Rio Claro Flávia Almeida que salienta os benefícios do leito materno, principalmente nos primeiros meses da criança. “Indicamos a amamentação exclusiva em livre demanda desde a primeira hora de vida do bebê até os seis meses. E a amamentação continuada até os dois anos de vida ou mais”, explica.
O ATO DE AMAMENTAR
Como frisa a profissional, amamentar é uma fase de descobertas e de grandes desafios para a mãe, o bebê e toda a família. Desde a ansiedade da espera da descida do leite, as dificuldades do bebê para pegar bem o peito, as dores suportadas na hora de amamentar causada pela pega incorreta. As dores de ingurgitamento mamário (acúmulo de leite nas mamas), fissuras e até machucados. “O ato de amamentar, envolve renuncias. A mulher que deseja amamentar precisa construir confiança de si, vivendo, aprendendo um dia de cada vez. A mulher que deseja amamentar precisa de muito apoio”, aconselha.
E são diversos os benefícios para as partes. “Por meio do aleitamento materno o bebê recebe os anticorpos da mãe que o protegem. Crianças amamentadas em seio materno, apresentam menores chances de contrair doenças como: Infecções gastrointestinais; Alergias; Doenças respiratórias tais como o risco de asma; Diabetes; Obesidade; entre outras”, ressalta.
A amamentação é, ainda, um excelente exercício para o desenvolvimento cerebral da criança, um excelente exercício para o desenvolvimento da face, fortalece e é importante para o desenvolvimento da arcada dentária, desenvolve a fala e a criança apresenta um controle de padrão respiratório mais eficaz. “A amamentação cria vínculos não só com a mãe, faz com que a criança se desenvolva da melhor maneira possível para a vida”, salienta.
A coordenadora do Banco de Leite da Santa Casa de Rio Claro explica ainda que atendem hoje, lactantes que os procuram por inúmeros motivos relacionados ao aleitamento materno. E que acabam se tornando doadoras de leite, após ter sido assistidas e apoiadas. “Tanto no âmbito público ou privado temos o compromisso com ações de acolhimento ao aleitamento materno, apoio e incentivo para que a nutriz não desista de amamentar. Temos o compromisso na execução de atividades de coleta da produção láctea da nutriz, seleção, classificação, processamento, controle de qualidade e distribuição para recém nascidos hospitalizados em nossas unidades de terapias intensivas”, explica, sobre o trabalho do Banco de Leite.
AMAMENTAÇÃO X COVID
“Para as mães que tiveram Covid e que se encontram em boas condições clínicas podem amamentar sem nenhuma contraindicação. Para as mães que estão com o vírus e em boas condições clínicas de amamentar, a recomendação é que se atentem aos medicamentos em uso, que utilizem das barreiras higiênico sanitárias de precaução. Aquelas rotineiras como: o uso de máscaras e lavagem das mãos na hora de amamentar”, observa.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação/Prefeitura RC/Arquivo