A Justiça Eleitoral realizou neste ano campanha para incentivar o alistamento eleitoral dos adolescentes e jovens, principalmente de 16 e 17 anos que têm direito ao voto facultativo. A iniciativa teve resultados positivos visto que o eleitorado jovem aumentou 51,13% no país, passando de 1.400.617 em 2018 para 2.116.781 neste ano, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em Rio Claro, o eleitorado de 16 e 17 anos cresceu 60,18% em quatro anos, saltando de 693 em 2018 para 1.110 em 2022.
Esses jovens podem escolher se querem ou não votar, e levá-los às urnas em outubro pode alterar o rumo das eleições. No entanto, a tarefa parece não ser difícil já que a decisão de tirar o título de eleitor antes da idade obrigatória pode significar uma maior politização.
Pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que os jovens acreditam que o voto tem o poder de mudar a realidade. Além disso, dois em cada três adolescentes entrevistados disseram que pretendem votar nas eleições deste ano. O levantamento on-line foi feito com 3.100 adolescentes em vária regiões do país.
A enquete mostrou que os jovens acreditam na força do voto, que ele pode transformar a realidade, e por isso querem participar do processo eleitoral. É o caso dos estudantes rio-clarenses de Murilo Oliveira, de 17 anos, e Luiz Henryque Mendonça dos Santos, 18, que vão votar pela primeira vez neste ano. Em comum, eles têm o desejo de participar, opinar e mudar a política do país através do voto.
Murilo quer “ajudar a mudar o rumo” do país
Eleitor de primeira viagem, o estudante Murilo Oliveira vai exercer sua cidadania votando pela primeira vez nas eleições de outubro deste ano. A expectativa é grande e a meta maior ainda. “Quero poder ajudar a mudar o rumo desse país, que no momento está na lama, na minha opinião”, disse ao ser questionado sobre sua expectativa para participar da votação pela primeira vez.
Murilo não precisava participar do pleito eleitoral, já que a obrigatoriedade do voto começa aos 18 anos, mas decidiu tirar o título. “Vi que eu precisava crescer como pessoa e cidadão, comecei a acompanhar mais política e depois de longos anos analisando os prováveis candidatos, resolvi tirar o meu título de eleitor e votar no meu candidato”, explica.
O estudante considera muito importante a participação popular na eleição. “Considero muito importante, pois eu vejo que o povo brasileiro trata as eleições presidenciais como algo trivial, sem importância. Acabou que nos últimos anos, por causa desse tratamento sobre a política, escolhemos pessoas que não estão aptas a um cargo de tamanha magnitude que é a presidência do Brasil”, observa.
Mas nem todos os jovens (e também alguns adultos) são tão politizados. Para Murilo, essa situação precisa mudar para que que o país avance. “Vejo que os jovens participam muito pouco na política. Às vezes achando que todos os políticos são iguais, o que não é verdade. Se todos nós participássemos, acredito que escolheríamos pessoas melhores para o nosso país”, avalia.
Luiz Henryque quer escolher um candidato que o represente
Também iniciante no voto eleitoral, o estudante Luiz Henryque aguarda com ansiedade o pleito de outubro. “Estou animado, pois será a primeira vez que eu irei escolher meu candidato e expor minha própria opinião”, declara esclarecendo porque decidiu tirar o título. “A vontade de querer me envolver nesse meio, e achar um candidato que me expressasse”.
Para Luiz Henryque, a participação na eleição é de suma importância. “Não gosto da ideia de outra pessoa escolher o que quero, sabendo que quero outro conceito. Depois de anos pela justiça pelo voto de todos acho muita ignorância desmerecer”, afirma.
De acordo com o TSE, 156.454.011 eleitores estão aptos a votar nas eleições deste ano em todo o país. Em Rio Claro são 156.393 cidadãos autorizados a participar do pleito. Neste ano, estão em disputa os cargos de presidente da República, governador, senador e deputado federal, deputado estadual ou distrital.
Por Redação DRC