O Dia Mundial de Adoção foi comemorado nessa segunda-feira (9) porém neste ano, os dados não são tão positivos. “O que posso dizer é que o número de adoções neste ano de pandemia caiu significativamente. Número de adoções no primeiro semestre caiu pela metade no Brasil. Em 2019 tivemos 1423 adoções e nesse mesmo período de 2020, 731 adoções. Os processos em papel foram paralisados. Houve parceria dos grupos de adoção com o Judiciário, porque por lei as comarcas precisam realizar cursos para preparação dos pretendentes em adoção e esses cursos também aconteceram online, sem qualquer possibilidade de ter o contato físico”, observou o diretor do grupo Adote em Rio Claro e Coordenador do Grupo Acolhe em Araras, Francisco Fernandes Mellone.
A data marca também a luta para continuar assegurando os direitos de crianças e adolescentes que sonham em ter uma família. “Sou pai biológico de dois rapazes e por adoção de minha filha caçula, já com quase 17 anos. Estou no Adote desde 2004. Neste mês de outubro completei 16 anos de aprendizagem na adoção”, declarou Mellone.
ADOTE
O Grupo de Apoio à Adoção de Rio Claro – Adote com sede na Rua 1-B – 125 – Jardim São Paulo é um dos mais de 120 que existem no país. O grupo trabalha com o objetivo de acolher o pretendente à adoção, dar suporte, apoio, consiste em encontros mensais, troca de informações com pais adotivos, informações técnicas, jurídicas, psicológicas, sociais. Durante a pandemia as reuniões presenciais também tiveram que ser suspensas porém o trabalho continuou de forma online. “Os grupos estão realizando seus encontros pela internet, por meio de lives. Determinamos um tema sobre adoção e buscamos uma pessoa para falar sobre o assunto. Foi a única forma que encontramos, inclusive participamos com outros grupos do Brasil também, sempre um sucesso. Encontros nacionais que ocorrem todo ano também foram online”, disse Mellone.
Os encontros do Grupo Adote acontecem toda terceira sexta-feira de cada mês, às 20 horas
NÚMEROS NO PAÍS
Os Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) do Conselho Nacional de Justiça apontam que o Brasil conta com 30.967 crianças acolhidas em unidades como abrigos e 5.154 estão aptas para serem adotadas
Do total de meninos e meninas acolhidos, 7.997 têm até 6 anos. A maioria dos abrigados é de adolescentes: são 5.886 com 12 a 15 anos e 8.634 com mais de 15 anos. A distribuição por gênero é similar, com 50,7% de meninos e 49,3% de meninas, conforme divulgou a Agência Brasil.
Conforme o painel de informações do SNA, a lista dos estados com mais crianças aptas para adoção começa por São Paulo (1.075), seguida de Minas Gerais (677), Rio Grande do Sul (648), Paraná (519) e Rio de Janeiro (493). Ainda de acordo com o sistema do CNJ, há 3.702 crianças em processo de adoção e 36.155 pretendentes disponíveis.
Processo de adoção
Há uma série de requisitos estabelecidos pela legislação para que pessoas e ou casais se candidatem ao processo.
O primeiro passo destacado em matéria explicativa da Agência Brasil, para quem quer adotar é procurar a Vara de Infância e Juventude (VIJ) da sua região. Lá, a pessoa obterá informações específicas sobre o processo e receberá uma lista de documentos pessoais a serem apresentados – como cópia do CPF, identidade, certidão de casamento ou união estável (se for o caso) – comprovante de residência, comprovante de bons antecedentes criminais e atestado de saúde física e mental.
Após protocolar a inscrição, a pessoa – ou casal – deve participar de um curso de preparação psicossocial e jurídica voltada para adoção. Nesse curso, os candidatos a adotantes adquirem uma noção mais ampla da importância da preparação emocional de toda a família e de todas as mudanças que virão com a chegada de um novo integrante.
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