
Acelera Tici: Melhorar é mudar
A declaração de Winston Churchill, “Melhorar é mudar; ser perfeito é mudar frequentemente”, encapsula uma filosofia profunda sobre crescimento, adaptabilidade e a busca pela excelência. Em sua essência, ela sugere que a melhoria está intrinsecamente ligada à disposição para evoluir, enquanto a perfeição — muitas vezes vista como um ideal impossível — exige um estado constante de transformação. Muito parecido com as 10.000 horas que mencionamos na semana passada.
O próprio Churchill personificou esse princípio, adaptando-se incansavelmente durante diversas crises para guiar a Grã-Bretanha através da incerteza, nos dias sombrios da Segunda Guerra Mundial.
Melhorar, por definição, implica uma transição de um estado para outro melhor. Isso reconhece que a estagnação é inimiga do progresso. Seja no desenvolvimento pessoal, nas habilidades profissionais ou nos avanços sociais, a mudança é o mecanismo que nos impulsiona para frente.
Pense em um estudante aprendendo uma nova língua: cada erro corrigido e cada nova palavra dominada representam uma pequena transformação. Sem alterar sua abordagem — praticando mais, buscando feedback ou experimentando novos métodos —, sua proficiência estagnaria.
Isso está alinhado com a primeira parte da frase: melhorar é abraçar a mudança como um passo necessário para o aprimoramento. É um processo dinâmico, que exige flexibilidade e rejeição à complacência.
A segunda parte da declaração, “ser perfeito é mudar frequentemente”, leva esse conceito adiante, desafiando a noção estática de perfeição que muitos têm. A perfeição não é um ponto final fixo, mas um alvo em movimento, que requer adaptação contínua.
Pense em um mestre artesão refinando sua arte: mesmo após alcançar a maestria, ele ajusta técnicas, experimenta materiais e responde a novas inspirações. Essa evolução constante mantém seu trabalho excepcional. Da mesma forma, na natureza, espécies que se adaptam frequentemente a ambientes em mudança — como os pardais de Darwin ajustando o tamanho de seus bicos ao longo de gerações — prosperam, enquanto aquelas que resistem à mudança desaparecem. Perfeição, então, é menos sobre sermos impecáveis e mais sobre sermos resilientes e ter capacidade de resposta.
Isso levanta outra questão: a perfeição é um destino ou um processo que perseguimos através de um movimento perpétuo?
Essa filosofia também traz um aviso sutil: apegar-se a uma única forma de ser, mesmo que pareça “perfeita” no momento, convida ao declínio. Uma empresa que já dominou seu mercado, por exemplo (lembra-se, Kodak?), corre o risco de obsolescência se não inovar conforme a tecnologia e as necessidades dos consumidores mudam.
Da mesma forma, um indivíduo que para de aprender ou se adaptar pode descobrir que suas habilidades se tornam irrelevantes com o tempo. Mudar frequentemente é desconfortável. Também é o preço da relevância.
No entanto, mudar apenas por mudar corre o risco de perder o que vale a pena preservar, especialmente quando falamos de relações humanas.
Nem mesmo hoje, em 2025, quando indústrias, produtos e oportunidades evoluem da noite para o dia, as palavras de Churchill nos instigam a permanecer ágeis ou sermos deixados para trás.
Em última análise, a frase nos convida a ver a mudança não como uma interrupção, mas como uma ferramenta para o crescimento.
A melhoria começa com uma única mudança, enquanto a perfeição — se é que existe — está na coragem de continuar mudando. Adotar essa mentalidade transforma a mudança de um fardo em um caminho para a excelência.
Talvez possamos contribuir para a sabedoria de Churchill, que reside em seu paradoxo — a estabilidade não vem de ficar parado, mas de dominar a arte do movimento.
Melhorar, então, é dar um passo; ser perfeito é nunca parar de caminhar.
China, aí vamos nós

Desde 2024, a F1 está de volta ao Circuito da China, que foi inaugurado em 2004. A pista de 5.451 quilômetros esbanja várias características únicas, como a sequência em forma de caracol das primeiras três curvas, a longa reta de 1,2 quilômetro e a inclinação (olá, Indianapolis Speedway em proporções bem menores) nas curvas 12 e 13.
Construída em terras de uma antiga fazenda de arroz, ela presta homenagem a esse cereal que foi domesticado pelos chineses há cerca de 10.000 anos. Segundo a mitologia chinesa, o arroz foi dado como um presente dos espíritos após uma grande enchente, proporcionando ao povo da China uma fonte abundante de alimento.
Como o segundo GP do ano, ele abrirá espaço para um par surpreendente de corridas, já que teremos a corrida sprint no sábado e o GP completo no domingo.
Hamilton está de volta!

E aconteceu! Após um GP da Austrália difícil, Lewis Hamilton faz a pole na classificação para a corrida sprint!
Estávamos todos esperando, torcendo e certos (eu garanto que tinha certeza) de que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde.
Tão certo quanto cada grão de arroz vem do trabalho árduo dos agricultores, a dedicação de Hamilton para melhorar, sua crença na melhoria e seu imenso talento fizeram isso acontecer pela primeira vez no cockpit de uma Ferrari! Bravo, Luigino! É apenas o primeiro passo de uma longa e bem-sucedida caminhada.
FIA 1
A controvérsia sobre a flexibilidade das asas na Fórmula 1 continua. A FIA decidiu introduzir um novo teste, mais rigoroso, para a deflexão da asa traseira a partir deste Grande Prêmio da China, no circuito de Xangai.
A decisão veio após as análises realizadas durante o fim de semana do GP da Austrália, quando as equipes foram convidadas a usar câmeras HD para monitorar as deformações aerodinâmicas dos carros.
O material coletado levou a federação a intervir rapidamente, reduzindo as margens de tolerância previstas no regulamento.
“Após analisar os filmes das deformações das asas traseiras, combinados com as deflexões estáticas medidas dentro de nossa garagem em Melbourne, a FIA concluiu que há motivos suficientes para introduzir um teste mais rigoroso na asa traseira a partir do Grande Prêmio da China.”
FIA 2

O controle imposto sobre os palavrões dos pilotos continua e causou ondas no cenário do Rally
Após a multa aplicada ao piloto francês Adrien Fourmaux durante o Rally Safari deste fim de semana por linguagem inadequada, a WoRDA, a Aliança Mundial dos Pilotos de Rally, divulgou suas palavras oficiais.
“A severidade das sanções impostas por pequenas infrações linguísticas isoladas e involuntárias atingiu um nível inaceitável.” Eles decidiram não fazer declarações especiais ou, no máximo, contar algumas piadas em sua língua nativa.
Deu resultado e a FIA respondeu: “Palavrões desnecessários não devem ser tolerados e contribuem pouco para a promoção e o crescimento do esporte entre fãs, patrocinadores e parceiros.”
Mas já acenou que precisa negociar então mudanças estão em perspectiva; pode contar com isso.
Antes que se espalhasse a moda da mais recente declaração de Fourmaux falando em idioma suaíli!
Descanse em paz Eddie

“Eddie Jordan, o lendário dono de equipe de F1, faleceu aos 76 anos.”
Essas foram as tristes notícias da semana. Ex-dono de equipe que deu a Michael Schumacher sua primeira corrida na F1 em 1991 e a Rubens Barrichello seu primeiro ano na F1 em 1993, e que venceu quatro vezes com a equipe que levava seu nome, morreu na Cidade do Cabo para a consternação de todos.
Sua equipe Jordan foi vendida e renomeada sucessivamente como Midland, Spyker, Force India, Racing Point e Aston Martin.
Eddie, um dos “garagistas” originais, ainda estava na órbita da F1 como comentarista da BBC TV e gerente de ninguém menos que Adrian Newey.
Estamos orando por ele, a F1 está fazendo duas grandes corridas, neste final de semana, em sua homenagem também.
Por Ticiano Figueiredo / Foto: Divulgação