Faz um ano que ela comanda uma das principais corporações municipais de segurança da região, a GCM (Guarda Civil Municipal de Rio Claro), na qual ingressou em 1998, sendo, na época, a primeira mulher guarda municipal da história da cidade.
Pioneirismo, portanto, não é novidade para ela, que é casada, tem duas filhas – Laura e Lorena – e demonstra realização pessoal como a primeira comandante da GCM e, ao mesmo tempo, um senso de realismo que não é propriamente comemorativo, neste Dia Internacional da Mulher.
“Preconceito? Sempre vai ter, por mais que se divulgue, que se combata, que se eduque. Infelizmente sempre vai ter aquela noção na sociedade, sobre a tal ‘fragilidade feminina’, algo que eu acho uma inverdade, porque se fôssemos frágeis, não daríamos à luz!”, sentencia ela.
Joelma também diz não ter ilusões quanto à demanda da sociedade em geral para que a mulher sempre ‘prove’ seu valor em qualquer atividade. “O fato de você ser mulher já faz com que a sociedade já exija um esforço maior de capacitação, do que se você fosse homem”, avalia Joelma.
Ela comemora, no entanto, o fato de não estar propriamente sozinha na posição de comando de uma força de segurança. “Dentro das corporações de guardas civis isso já vem sendo comum, uma constante. Nós fazemos inclusive encontros com mulheres guardas municipais da região e a maioria delas já ocupa postos de comando”, descreve.
Realizações
“Ser mulher neste cargo é algo que impacta no comportamento não só dos homens, mas das pessoas em geral. É uma satisfação, mas ao mesmo tempo, o cargo em si tem muitas limitações”, ela ressalva.
Ainda assim, Joelma enumera algumas conquistas que a GCM vem obtendo na sua gestão. “Nós temos o objetivo de trazer saúde para o guarda municipal dentro da própria corporação. Estatisticamente é comprovado que quem trabalha na área de segurança vive menos, em média seis a sete anos. Então precisamos nos cuidar melhor, tanto da saúde física quanto mental”, diz ela.
Joelma conta que teve início esta semana um programa de saúde interno na GCM. “Para que o guarda possa buscar o cuidado com a saúde sem ter que sair daqui, sem ter que gastar horas de descanso, horas em que ele estaria com família, com esse cuidado”, afirma. “Temos tido muito apoio da administração municipal”, acrescenta.
Ela destaca também que vem cumprindo a Lei Federal 13022, assegurando, entre outras conquistas, a oferta de estágio e cursos de capacitação para os guardas, em torno de 80 horas anuais. “Temos conseguido isso com nossos próprios instrutores”, comemora.
Às mulheres, Joelma diz ter uma mensagem simples nesse dia. Uma mensagem de coragem e estímulo. “Eu diria para todas que se nós sonhamos, nós podemos realizar! Precisamos primeiro idealizar para depois conquistar, isso vale para tudo na vida. Não desistam. Insistam, persistam. Esse é meu lema”, finaliza.
Mulheres no empreendedorismo
No setor privado, as mulheres solidificam um dos principais pilares do desenvolvimento econômico do país. Há no Brasil aproximadamente 10 milhões de empreendedoras, segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra Por Domicílios) feita em 2022 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Desse total, a pesquisa mostra que a maioria começou a empreender por necessidade. Considerando-se a população feminina brasileira economicamente ativa, 34% são empreendedoras.
Dados do IRME (Instituto Rede Mulheres Empreendedoras) mostram também que 60% das empreendedoras brasileiras se declaram negras, a maior parte é formada por mulheres casadas, 50% pertencem à classe C e 34% pertencem às classes A e B. Além disso, segundo a análise, 28% das empreendedoras possuem Ensino Superior ou mais e 7 em cada 10 mulheres possuem filhos.
Quanto à atividade, a pesquisa revelou que 55% das empreendedoras atuam com a venda de produtos próprios, de terceiros ou empresas, como roupas, calçados, alimentos, alimentos industrializados, produtos agrícolas, cosméticos e itens de higiene pessoal, entre outros.
Ainda segundo o estudo, 32% das brasileiras empreendem na área de prestação de serviços, em negócios de assistência técnica, mecânica ou elétrica, como cabeleireiras, manicures ou especialistas em outros serviços de beleza, além de liderar atividades de informática, limpeza e obras, apenas para citar algumas.
Além do mais, 5% das entrevistadas afirmaram que produzem, sem vender, bens ou produtos artesanais – incluindo comida, enquanto 1% delas atua com a produção de produtos, também sem fazer a venda. (Com informações do portal IMRE)
Foto: Diário do Rio Claro