O lixo é uma fonte de riqueza ainda não totalmente explorada, a cada ano no Brasil são desperdiçados R$4,6 bilhões porque nem tudo que poderia ser reciclado foi aproveitado. Geradas com a combustão das indústrias de reciclagem produzem papéis, folhas de alumínio, lâminas de borracha, fibras e energia elétrica.
Nosso país é considerado um grande reciclador de alumínio, mas recicla muito pouco os vidros, os plásticos, o papel, as latas de ferro e os pneus que consome.
O papel de escritório que é realmente reciclado é de uma porcentagem de 37%, o restante é queimado, em contrapartida o papel ondulado é reciclado em torno de 60%, menos de 50% da produção nacional que gira em torno de 720 mil toneladas, o restante corresponde à parte inutilizada.
Cada ser humano, segundo pesquisas produz em média, um quilo de lixo por dia, a produção anual de todo planeta fica em torno de 400 milhões de toneladas.
Os empresários atualmente estão vendo o lixo com olhos de investidores, usando novas tecnologias em projetos de ativos sanitários e na geração de energia a partir de resíduos, onde 85% do faturamento das empresas são representados pelos ativos sanitários. Empresas utilizam máquinas importadas que trituram e fazem triagem automática do lixo, encaminhando para fins predeterminados os diferentes conjuntos. O lixo seco em flocos ou fardos é vendido como combustível para alimentar fornos e caldeiras. O gás que resulta da decomposição do lixo do aterro o biogás, pode-se transformar em energia, também o bagaço da cana misturado ao lixo seco.
Um dos retratos da indiferença é que entre os resíduos sólidos a maior parte é comida jogada fora, que além de não ser dada a quem realmente precisa, aumenta-se a poluição, pois só uma parcela mínima vai para compostagem que transforma comida descartada em adubo, e apenas essa porcentagem mínima é que gera lucro.
Milhares de toneladas de lixo que produz diariamente é uma riqueza desprezada pelo Brasil, mas a Ceagesp – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo coordena um projeto para reciclar esse resíduo orgânico, partindo do princípio que reciclar é mais barato que jogar fora. Essas sobras orgânicas reaproveitadas servem até para geração de energia elétrica e abandonadas nos aterros causam grande impacto ambiental.
Os entrepostos são classificados em três bases de hierarquia de alimentos: reutilizáveis; transformadas em ração animal; destinadas a produção de adubo orgânico.
No primeiro caso a partir do processo de coleta seletiva os técnicos da Ceagesp separam o que ainda pode ser utilizado para o consumo humano e são doados para entidades de assistência social, representando um lucro significativo para a empresa que economiza com transporte e custos de aterro sanitário. Outro destino dos resíduos é a ração líquida animal, empregada na alimentação de suínos, aves e bovinos, o próprio trabalhador rural produz sua ração, com uma diminuição drástica dos custos da criação e maiores lucros.
O último estágio são alimentos que não tem condições de consumo, nem da ração animal, é utilizado para adubo orgânico reduzindo a variedade química de defensivos agrícolas e obtendo maiores lucros, pois a agricultura ecológica barateia o cultivo.
O lixo e sua reciclagem não é só uma forma de ganhar dinheiro, mas também gera emprego, mudança cultural e melhora a qualidade de vida.
Foto: Portal BBC News