Tivemos no domingo próximo passado mais um dia alusivo à Inconfidência Mineira, onde havia um desejo enorme e que sufocava a alma dos conspiradores e inconfidentes pela libertação do Brasil da tutela dos laços portugueses.
Tal movimento ocorreu sob a liderança de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, considerado herói Nacional e mártir da Inconfidência, porém, importante ressaltar que, independente da traição de um coronel chamado Joaquim Silvério dos Reis, jamais os inconfidentes conseguiriam aquele feito, diante do poderio absoluto da coroa portuguesa.
Até 1.775, conforme relata a história, perto dos 30 anos, sobreviveu como dentista, ganhando com isso o apelido de Tiradentes. Trabalhava ocasionalmente como minerador, e como tinha um certo conhecimento sobre plantas medicinais, tornou-se um médico prático, ficando famoso com esse tipo de atividade.
Porém, cansado dessas atividades pouco rentáveis, alistou-se na tropa de Minas, regimento de cavalaria, recebendo o alferes, hoje equivalente a sub-tenente, uma graduação de respeito à época desse fato histórico e que o consagrou com êxito.
As qualificações de Tiradentes foram reconhecidas, mas não recompensadas e, nessas condições, assistia indignado à promoção dos colegas, enquanto suas atribuições só aumentavam, sem conseguir o que almejava, que era uma promoção, tendo formalizado queixas, porém, sem surtir os efeitos desejados.
O que interessava ao mártir na realidade era a libertação do país, mas nunca se concretizou, pois no começo de 1.789 os inconfidentes foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis, um dos envolvidos na conspiração, porém, como tinha enormes dívidas junto à coroa portuguesa, optou por essa decisão para se livrar delas, citando os nomes dos envolvidos nesse desejo de conspiração contra o vice-rei da época.
Tiradentes foi mais uma espécie de bode expiatório do que um líder como se fosse uma ponte de ligação nas tarefas que cumpria de ser a conexão com as pessoas das camadas mais pobres da sociedade e que, por certo, estavam desejosas de ver o Brasil liberto de Portugal.
Chamava-se Jerônimo Capitânia, o carrasco que executou Tiradentes sem a menor piedade e com a maior crueldade, esquartejando-o, tendo a cabeça cortada e separada do corpo para servir de exemplo àqueles que tentassem algum movimento de conspiração contra a soberania do governo de Portugal.
Em 21 de abril de 1.792, no largo da Lampadosa, no Rio de Janeiro, foi executada publicamente a sentença do alferes Joaquim José da Silva Xavier, que entrou para a história conhecido como Tiradentes. Os inconfidentes, inspirados pela liberdade do país, lutavam pela separação de Portugal, uma iniciativa corajosa e que culminou com a condenação de morte, porém, anistiados pela rainha D.Maria I, no entanto, alguns foram deportados para a África, exceção ao mártir da Inconfidência que foi enforcado.
Tiradentes, condenado à morte por conspirar contra a coroa, foi enforcado e seus pedaços espalhados pelo caminho que dava acesso à Vila Rica, hoje Outro Preto, porém, antes, a execução teve a presença da cavalaria e de outras pessoas como se fosse uma procissão até o local da forca. Subiu o alferes os 22 degraus da forca com firmeza nas pernas e sem temer o que iria lhe acontecer.
Capitânia, o carrasco, atirou-se sobre os ombros do enforcado para que a morte ocorresse rapidamente e, depois de esquartejado, a cabeça do mártir ficou exposta em um poste alto na cidade de Outro Preto para que o tempo a consumisse e para intimidar aqueles que tentassem o desejo de liberdade.