O Cerrado brasileiro é o bioma que possui a maior diversidade de animais silvestres, portanto, são os mais prejudicados pelo avanço da expansão agrícola, das queimadas que contribuem para a desertificação de suas áreas e a perda de habitat da Fauna e Flora ali existente. Em nossa região, temos hoje alguns fragmentos de cerrado dentro da bacia hidrográfica do rio Corumbataí, representando menos de 1% de sua área total, onde Rio Claro e mais sete municípios estão inseridos, locais onde ainda sobrevive uma série de animais silvestres, dentre as quais algumas espécies ameaçadas de extinção.
Da forma que nossa agricultura se expande, até nós mesmos estamos sufocados pelas queimadas clandestinas. Esta prática já fora proibida pelos órgãos ambientais, sendo que, agora, só nos resta absorver a chuva ácida ou respirar uma gama de agrotóxicos que pairam no ar, utilizados para combater as pragas da cultura canavieira.
As matas ciliares ainda são o único refúgio para esses animais, pois elas criam corredores ecológicos que unem dois ou mais fragmentos de mata e, por onde eles se locomovem, encontram abrigo e alimento. Se não podemos lutar contra a expansão das monoculturas, podemos ampliar e proteger as matas ciliares, além, é claro, de estarmos também preservando nossos recursos hídricos.
Por todo o Brasil, diariamente, vemos nos noticiários a invasão de animais silvestres em áreas urbanas, por causa da perda de seus habitats e, na maioria das vezes, esses encontros inesperados do ser humano com esses animais não tem um final feliz.
Recentemente, Rio Claro recebeu a ilustre visita de mais um Lobo Guará, animal típico da região de cerrado, que foi capturado e solto novamente em uma mata da região.
Com o aumento significativo destas invasões e das apreensões que os órgãos ambientais de fiscalização têm realizado contra caçadores, comerciantes e contrabandistas de animais, a atual administração municipal de Rio Claro assumiu o compromisso de, até junho deste ano (2020), elaborar o inventário da fauna silvestre, o plano de manejo de Fauna de Rio Claro, juntamente com um programa de educação ambiental.
Esse compromisso, devidamente compactuado com o Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) e a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Rio Claro, também compromete a atual administração municipal a implementar, na mesma data assumida, o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras).
Estaremos acompanhando esse processo junto aos órgãos ambientais competentes, com a esperança de um futuro melhor para esses animais desalojados pela ganância humana.