Vários são os paradigmas presentes na gestão das organizações atualmente. Criam-se mais jargões do que efetivamente metodologias inovadoras.
É preciso, desta forma, que os gestores estejam muito atentos a tudo que se refere às mudanças que são trazidas para dentro do ambiente de trabalho para não cair em “armadilhas” que prometem milagres nos resultados, utilizam nomes “bonitos” e muitas vezes “americanizados”, mas que no fundo não são consistentes nem pelo conceito nem mesmo pelo conteúdo apresentado.
A inovação na gestão é um fator essencial, porém muitas vezes ela requer apenas um olhar mais crítico e reflexivo sobre as práticas que estão sendo aplicadas no dia a dia.
Gostaria de citar pelo menos três elementos que considero importantes para a prática da gestão inovadora e que muitas vezes podem passar despercebidas pelo gestor, mas que são fundamentais para a mudança de patamar dos resultados obtidos.
1. A nova função do comando. O poder é um item sempre presente quando se trata de comandar pessoas – é inevitável. Porém, na medida em que as mudanças acontecem há uma clara necessidade de adequação no comportamento da liderança. Se antes o Líder vencia pelo poder, agora ele deve influenciar pelo exemplo; em outras palavras, o cargo já não é mais suficiente para que os “subordinados” façam o que o “chefe” mandou. A forma pela qual se mede a capacidade de liderança está centrada no equilíbrio entre relacionamento, competência profissional e resultados obtidos pela equipe. Daqui para frente será cada vez mais importante, e porque não dizer fundamental, que o Líder agregue valor em suas relações através de valores éticos de conduta e não tão somente pela sua capacidade técnica.
2. O cuidado com as gorduras localizadas. Já foi o tempo que a importância de uma empresa era uma medida do seu tamanho, pelo contrário, hoje as empresas que querem entrar para o seleto grupo das melhores devem ser acima de tudo flexíveis. Uma empresa flexível é aquela onde os esforços são dirigidos em função das necessidades dos clientes e pela demanda do mercado. Muitas vezes o critério de empresa flexível pode estar muito próximo da empresa enxuta. Neste caso, é necessário estabelecer parâmetros criteriosos pois entende-se por enxuta a empresa que eliminou as redundâncias, o excesso de pessoal localizado e o desperdício por conta de atividades irrelevantes e desnecessárias. Todo o cuidado deve ser o de não “enxugar tanto” a ponto de perder a capacidade de se adequar à mínima variação do mercado.
3. Do vertical para o horizontal. Em um passado não muito distante, a comunicação e a informação nas organizações aconteciam em uma via de mão única, ou seja, através da cadeia vertical de comando. Apesar dessa prática não ter sido abandonada totalmente, para que o trabalho e os resultados aconteçam de uma forma mais dinâmica e ao menor custo é necessária uma interação cada vez maior entre todos os elementos que fazem parte da cadeia de valor. As pessoas estão sendo estimuladas a interagir e a colaborar entre si, ainda que haja um comando superior a quem devam seguir. Esta mudança de comportamento faz com que a estrutura organizacional se estabeleça de forma mais horizontal. Além do mais, a estrutura horizontalizada faz com que mais pessoas estejam alinhadas com as estratégias da empresa, o que contribui para um maior engajamento na busca pelos resultados.
Tenho encontrado organizações que muitas vezes estão buscando melhorar suas práticas e se aventuram em “modelos” pouco eficazes, simplesmente por falta de um olhar crítico sobre seus processos de trabalho, muitas dessas empresas na ânsia de mudar e inovar acabam trocando gato por lebre.
Até…
Por Prof. Moacir Martins Junior
Conferencista e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
Envie suas sugestões de temas para o prof. Moacir, para contatos e esclarecimentos: moa@prof-moacir.com.br. Viste também www.prof-moacir.com.br.