O Diário do Rio Claro dá sequência à série de entrevistas com os secretários municipais. Nesta edição, a secretária de Desenvolvimento Social Vilma Pereira de Souza Spricigo, que esteve visitando as dependências do Diário e falou sobre a atuação frente à secretaria nesses primeiros meses de administração. “É um trabalho árduo, mas gratificante, saber que podemos fazer algo pelo próximo e ajudar quem realmente precisa”, destaca Vilma sobre o trabalho na secretaria.
A secretária conta que a procura pelos serviços da pasta aumentaram muito com a pandemia, em torno de 80%, desde serviços como orientações para obtenção de direitos, até atendimentos nos Cras, proteção básica nos serviços especializados como Creas, e principalmente, por cestas básicas. “Neste mês aqui estamos beirando 800 cestas entregues. A média é de 350 cestas por mês, mas muitos alimentos recebemos durante a campanha de vacinação, o que permitiu aumentar o número. O Fundo Social também proporcionou mais 150 cestas”, explica.
Vilma esclarece que são avaliados os critérios para que as famílias recebam os benefícios, com relação a vulnerabilidade, desemprego, quantidade de filhos etc. “A procura pelas cestas básicas é muito grande, temos as famílias que são cadastradas e atendidas mensalmente e as que se cadastram para receber. Se tivermos mil cestas para doar, teremos mil pessoas para receber, a procura é grande.”
CARTÃO
Uma das novidades que deve entrar em operação nos próximos meses é o cartão Renda Solidária, que substituirá a cesta para as famílias atendidas pelo Cras. “O cartão é uma parceria com comerciantes e dá uma liberdade à família que poderá comprar o que ela está realmente precisando, às vezes, material de limpeza, uma mistura, produto de higiene, ou até mesmo algo para as crianças. Além disso, estimula o comércio local. A exigência é não fornecer cigarro ou bebida com o valor do cartão. Vamos distribuir 500 cartões por mês.”
CRAS
O município conta com seis unidades do Cras e mais um Cras volante, que foi implatado pela administração com o objetivo de atender os bairros rurais. “O Cras volante fazia parte da nossa meta para os primeiros 100 dias de governo, conseguimos implantar e já ultrapassamos os 120 atendimentos na área rural. É feito o cadastro da família e acompanhamento.”
Os demais Cras já instalados no município atendem, em média, 1200 famílias por mês. “O Cras é porta de entrada para a pessoa saber dos direitos que tem como cidadão. Todas as unidades contam com uma demanda grande.”
Os serviços de convivência ofertados através do Cras continuam, porém de forma remota, devido à pandemia. As crianças atendidas são em média 225, que recebem em casa os kits temáticos, elaborados pelos educadores. Os kits com material são entregues e foram incrementados de acordo com as datas comemorativas, com guloseimas e alimentos. “Agora vamos iniciar um projeto, acredito que a partir de julho, pois vai depender do processo licitatório, para o fornecimento de marmitex para as crianças atendidas pelo projeto.”
CREAS
Outra ação promovida, e prevista no plano de 100 dias, foi a mudança do Creas para um endereço de fácil acesso e que comportasse todas as atividades. O novo prédio fica na Rua 1 entre avenidas 14 e 16 e já passou a atender no local. “São 305 famílias atendidas por mês no Creas, que são as famílias enfrentando violência doméstica, violência sexual, violência com idoso”, disse a secretária que informou ainda que o serviço recebeu suporte de uma OSC, para dar apoio aos atendimentos, devido a procura muito grande. “É uma equipe de apoio com assistência social, psicologia, advocacia.”
MORADORES DE RUA
O Serviço Especializado de Abordagem de Rua deu início à operação inverno, oferecendo cobertores, acolhimento e uma refeição na madrugada para os moradores em situação de rua. “Em parceria com a casa de passagem criamos espaço para mais 40 moradores de rua. Temos uma média de 100 moradores atendidos. São poucos que aceitam o acolhimento, mas oferecemos desde o abrigo até a possibilidade de encontrar a família, fornecer uma passagem de volta para casa. Os moradores em situação de rua têm o cartão do Bom Prato, onde recebem café da manhã, almoço e janta e no período da noite o SEAS leva chocolate quente, cobertor”, esclarece a secretária, lembrando que os que aceitam ir para a casa de passagem recebem banho, roupas novas e alimentação.
Além disso, a partir de uma parceria com a Casa Peniel, foram ofertadas 28 vagas sociais para os moradores que desejarem o tratamento, considerando que a maior parte dos moradores em situação de rua são usuários de drogas. “Também temos o programa de capacitação, infelizmente, apenas dois aderiram até agora”, relatou.
Ainda sobre o programa de capacitação, Vilma lembra que a procura é boa e atende a qualquer cidadão desempregado e em vulnerabilidade. O programa oferece um salário mínimo, cartão alimentação, porém, pode ficar apenas dois anos no projeto. “É uma oportunidade para recomeçar, a ideia é que a pessoa não permaneça ali, mas que procure por uma situação melhor. Temos 151 vagas e estamos com todas preenchidas.”
BANCO DE ALIMENTOS
O Banco de Alimentos resulta na entrega de 4 mil cestas verdes por mês. Os itens são adquiridos de pequenos agricultores locais, como incentivo à produção e redistribuídos a programas da secretaria. No mês de março foram 4411 cestas, em abril 3405 e em maio 4375 cestas verdes.
Por Vivian Guilherme / Foto: Diário do Rio Claro