O uso de plantas medicinais utilizadas na cura de diversos males vem de longa data, escritas em papirus do século XVI a.C., continham 800 receitas referentes a mais de 700 plantas utilizadas pelos egípcios em forma de vinhos, infusões, unguentos, emplastros e pílulas.
No Brasil, o padre José de Anchieta, por volta de 1.560 relatou o uso de plantas na cura de diversos males, os quais os índios já utilizavam, de geração em geração.
O consumo de plantas medicinais através da tradição familiar se tornou prática na medicina popular e tem aumentado ano após ano devido aos efeitos colaterais do uso constante de medicamentos industrializados, além da dificuldade do acesso da população a assistência médica, principalmente, para aquelas populações residentes longe dos centros urbanos e o próprio aumento de uma medicina alternativa sem o uso de produtos químicos.
Outro importante fator que limita o uso de medicamentos industrializados e causa enorme desconforto em seus usuários, são os efeitos colaterais descritos em suas respectivas bulas (reações comuns, alérgicas, raras, além de uma lista de sintomas que causam desconforto e prejudicam outros órgãos de nosso corpo).
O tratamento com o uso de plantas medicinais e suas diferentes formas farmacêuticas sem a utilização de substâncias ativas, isoladas, ainda que de origem vegetal, chama-se fitoterapia.
A fitoterapia parte do mesmo princípio da alopatia que é um método terapêutico que faz uso de medicamentos que vão produzir no organismo reação contrária aos sintomas apresentados, diminuindo ou neutralizando-os, mas sempre utilizando-se da forma correta indicada pelo terapeuta, devido aos seus efeitos e toxicidade, embora na fitoterapia os remédios são exclusivamente de origem vegetal.
Há certo desconforto na classe médica tradicional quanto ao uso de ervas medicinais, dificilmente algum paciente não tenha escutado de seu médico particular que o uso de plantas medicinais é o mesmo que se envenenar, pois sem entrar em detalhes, não podemos esquecer que a indústria farmacêutica investe milhões de dólares na pesquisa e fabricação de seus medicamentos e que parte dos profissionais da área da saúde dependem do consumo dessas drogas para a sua sobrevivência financeira. De outro lado, também não podemos esquecer que a matéria prima da fabricação dessas drogas se origina das ervas medicinais.
Para amenizar, o Ministério da Saúde, através da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e demais órgãos, estabeleceram diversas legislações para o controle do uso das plantas medicinais pela população, definindo as espécies já reconhecidas como seguras e eficazes, partes utilizadas (sementes, folhas, cascas), formas de utilização (infusão, maceração, decocção, tintura) e modo de usar (chás, bochechos, compressas), além de outros procedimentos.
Ao coletarmos as plantas ou ervas medicinais para nosso consumo, devemos dar preferência para aquelas que estejam inseridas em áreas de mata pouco visitadas ou longe de áreas urbanas, pois aquelas existentes em nossos quintais podem ter sofrido alguma forma de contaminação pela poluição atmosférica ou por algum fungo ou bactéria e nunca se esquecer do dito popular: “Tudo que cura, em excesso, é veneno”.