As histórias de um povo, de uma cidade, se desenrolam nos momentos do dia a dia, com pessoas comuns, contribuindo com suas culturas, com os seus préstimos para o local. Nos seus 195 anos, a cidade de Rio Claro teve incontáveis personagens ícones que deixaram o seu legado, seu registro histórico, que com o passar do tempo restaram apenas da memória.
Dentre tantas personagens icônicas e saudosas, aproveito para destacar alguns nomes que, certamente, se fazem presente na memória dos rio-clarenses. A cabeleireira Maria Aparecida, que dava suas aulas nos salões das igrejas Boa Morte e Bom Jesus. A cozinheira Maria Aparecida, que participava nas mesmas igrejas, ajudando a alimentar as moças, mulheres e crianças presentes nos projetos culturais e pré-profissionalizantes, dando lhes um pouquinho mais de dignidade e esperança.
O saudoso professor Amier, que deu aulas na escola Joaquim Salles. Docente enérgico, comprometido com as aulas de ciências. Histórico, muitos de seus alunos seguiram o “caminho do mestre”. Na foto, o garoto sorridente é professor de física para os alunos de faculdade, o jovem Marcelo Rodrigues.
Vale lembrar de José Zaneratto, conhecido pelo bar do Buxixo, que nos anos 1970 e 1980, tinha o seu bar em frente à escola Joaquim Salles, onde inúmeras crianças ao irem para a escola, compravam seus doces, balas, brinquedinhos que vinham nos doces. Enfim, ponto de encontro de muitos que lá passaram e que hoje são pais, avós, professores, diretores, pedreiros, pintores entre outras profissões que ajudam a compor e a tecer a história da cidade.
O Zé torneiro, senhor Luna, que trabalhou na Oficina de Bruno Meyer – tradicional na cidade – e que depois foi para a auto-elétrica Santana, hoje Paraqueda Naútica, onde fez inúmeras peças no torno para os motores dos carros e máquinas agrícolas que contribuíram para o desenvolvimento da cidade. Deixando o seu legado para o filho Luninha.
O saudoso fotógrafo José Santos que muitas vezes registrou as histórias em sua câmera fotográfica. Festas de aniversários, eventos do município, soldados do Tiro de Guerra entre outros. Na sua melhor idade, construiu um trenzinho que alegrava as crianças na Igreja da Matriz.
O senhor Hercílio Garcia, mais conhecido como Benhé, que por mais de 50 anos, trabalhou como sapateiro, consertando e fabricando botas, botinas e chinelos. Trabalhou por muito tempo na Rua 14, com avenidas 5 e 7, no Jardim Claret. Ele deixou seu legado para o filho Mauro Garcia, que além de seguir a arte do pai, também é músico.
O senhor José Walter Cecagno, conhecido como Neguinho Cecagno, que juntamente com o seu pai Angelo Cecagno montaram em 1958 uma oficina para a construção de charretes. A tradicional Fábrica de charretes Cecagno. Charretes estas, muitas delas exportadas para fora da cidade, contribuindo assim para o desenvolvimento cultural e financeiro da cidade. Hoje o legado da fábrica está nas mãos de Júnior Cecagno, que conduz a empresa com muita maestria, pois muitas das peças são artesanais.
Muitas crianças e adultos se divertiram e aprenderam com os vários palhaços que atuaram nos anos 1970, 80 e 90. Um dos tempos memoráveis eram as festas juninas organizadas na Escola Marcelo Schmidt, que tinha a direção da sempre simpática e comprometida com o trabalho, a diretora Estela Fátima Silva Martins Mendes. Hoje alunos da escola, muitos já formados, trazem esses momentos em suas memórias. Eu, Luna Júnior, como o palhaço Picolé – juntamente com meu filho Icaro Pierre (palhacinho Zé Arruela), animamos as crianças nos anos 2000. Atualmente, Ícaro estuda TI e lembra com carinho da época de escola.
A cultura, a história de um povo, de uma cidade é feita de memórias. Pessoas simples que tecem as histórias. Os nossos Parabéns vão para todos os Josés, Marias Aparecidas, Estelas, Walters, Joãos, que contribuíram e continuam a contribuir com a história da Cidade Azul.
Colaboração José Carlos Luna / Foto: Divulgação