O Dia das Mães é motivo de alegria e celebração em muitos lares neste domingo (8). As famílias se reúnem para homenagear a rainha do lar. É o que também será feito na casa da administradora Juliana Barros Alves, mãe de Júlia, de 10 anos, e Rafael de sete meses, além de madrasta de Paulo Ricardo de sete anos.
Só que a família de Juliana tem duplo motivo para comemorar: o Dia das Mães e o milagre do nascimento de Rafael após uma gravidez difícil causada por diabetes gestacional.
No início tudo estava bem e parecia que a segunda gestação seria tão tranquila quanto a primeira. “A gestação da Júlia foi muito tranquila, trabalhei até três dias antes do parto, sem problema nenhum”, conta Juliana.
O pré-Natal e as consultas de rotina foram feitos corretamente, e Juliana não sentiu nada diferente da primeira gestação. No entanto, por “lapso médico”, a situação se complicou quando foi detectada tardiamente o diabetes gestacional. “Digo lapso médico porque desde o primeiro exame de sangue houve uma pequena alteração na glicemia. Mas apenas com 36 semanas foi constatado pelo ultrassom que o bebê estava muito grande, que o líquido estava quase três vezes maior do que deveria e fui encaminhada para exame de curva glicêmica”, explica Juliana.
O resultado do exame da curva glicêmica veio muito alto. “O medo de perder o bebê ou de perder minha própria vida foi muito grande porque eu sempre fui saudável e nunca tive qualquer problema de saúde”, conta Juliana. Diante do diagnóstico, era necessário agir rapidamente para salvar mãe e filho.
“Fiquei internada cinco dias para diminuir o nível de glicose no sangue. Comecei a fazer uso de insulina e dieta muito restrita, pois as sentenças sobre meu bebê eram as piores: que ele teria que nascer prematuro, que estava em sofrimento fetal, que estava problema de coração, que podia não sobreviver, enfim tudo que uma mãe nunca deveria ouvir”, lembra Juliana.
Luta pela vida
Ela ficou assustada com as previsões, mas decidida a lutar pela vida do bebê. Para isso, contou com ajuda de uma equipe médica de gestação de alto risco, e a corrida contra o tempo começou. “Eu furava o dedo quatro vezes ao dia, dia, tomava insulina três vezes ao dia e comia a cada três horas, somente em pequenas quantidades e alimentos naturais”, relata.
Cada semana vencida era uma vitória a ser comemorada porque a médica dizia: “vamos segurar mais uma semana para o nascimento”. Quanto mais longa a gestação, melhor seria para o bebê. Rafael nasceu com 38 semanas pesando 3.620 quilos e medindo 47 centímetros. No entanto, o menino veio ao mundo já lutando pela vida. Com dificuldade respiratória, o bebê teve que ser internado logo após o parto na UTI neonatal onde ficou por 20 dias.
Com 15 dias na UTI, Rafael apresentou melhoras, saiu da incubadora e foi para o berço. A mãe ficou aliviada ao notar os sinais de recuperação. Todavia, o menino piorou e, em menos de 24 horas, teve que voltar para a incubadora. “Aquilo me deu uma tristeza muito grande porque ele retrocedeu e não conseguiu manter os níveis necessários de saturação sem o auxílio da incubadora”, recorda Juliana.
Voto de fé
Nesse momento, a mãe se voltou para Deus entoando um louvor que diz: “o meu decreto é Deus e é a minha fé que escreve os meus dias”. A mãe acredita que o voto de fé feito por ela e o marido, Marcos Paulo Alves, operaram um milagre porque Rafael se recuperou, saiu da incubadora, recebeu alta e foi levado para casa totalmente curado, sem nenhum tipo de sequela ou problemas de saúde. “Graças a Deus ele é uma criança totalmente saudável, e esse é o meu milagre porque Deus agiu em nosso favor”, afirma Juliana.
A administradora decidiu contar sua história porque acredita que seu relato pode ajudar outras mães que estão enfrentando o mesmo tipo de problema. Ou ainda, mulheres grávidas que não perceberam que podem ter diabetes gestacional. A orientação dela é para que as gestantes sigam todas as instruções médicas, vá as consultas, façam o pré-natal, porque o diabetes gestacional é uma doença silenciosa que traz muitos riscos para a mãe e o bebê. “Eu não sentia nada, nenhum sintoma, mas tudo estava acontecendo silenciosamente dentro de mim. Então façam tudo direitinho, façam sua parte, porque isso pode mudar a sua história e a do teu filho”.
Hoje, Rafael é um lindo bebê de sete meses de idade, que enche de alegria a família e todos ao seu redor. Para Juliana, a celebração desse Dia das Mães tem um gostinho especial. A menina que sonhou ter muitos filhos e achou que teria apenas um devido ao fim do primeiro casamento, agora é mãe duas vezes, três se contar seu enteado.
“Eu sempre quis ser mãe e sonhava ter muitos filhos, mas com o término do meu primeiro casamento, achei que não teria mais filhos. Mas me casei de novo com o Marcos e, surpreendentemente, engravidei um mês depois aos 38 anos”, comenta. Hoje, o sonho de ser mãe foi triplamente realizado.
Questionada sobre o que é ser mãe, Juliana diz: “além da realização de um sonho pessoal de ver seus traços físicos e de personalidade nos filhos, ser mãe é cumprir o propósito de Deus na terra, gerar filhos que possam realizar o que não realizamos, que possam ser melhores do que nós fomos”.
Por Redação DRC / Foto: Arquivo Pessoal