Caos e iniciativa
►Como tudo na vida, de certo modo, é incerto e caótico. Por mais que tente organizar este caos que rege todas as ações, no final, somos impotentes com o que nos espera adiante. Até um simples paço, é algo incerto. Se levarmos este ponto de vista em consideração, a força inicial – que aqui chamarei de iniciativa – é a portinhola para explorarmos o caos que nos cerca.
►Sim, tentaremos por diversas vezes racionalizar, criar sentido, mas, sinceramente, somos impotentes. Este ponto de vista, a que me embebedo, não é um ponto de vista fatalista, nem de inanição. É de saber que se, por algum momento, quiser um resultado diferente, terá que se jogar no caos, sair da suposta segurança que lhe cerca, experimentar para se conhecer. Essa viagem é breve, e no fim, o que vale mesmo a pena são estas experiências, as quais nunca controlará.
►A possibilidade de experienciar novos rumos ainda é vigente. Temos, nem que seja por um dia, reconhecer que a vida em si só é um milagre, 90% do universo é vazio, é ausência. E estamos aqui, compostos orgânicos que evoluíram milagrosamente, para ocupar espaço no universo. Viver é no final de tudo reconhecer que somos um milagre por si só, e que devemos utilizar como combustível para experimentar a vida através da iniciativa. Boa sorte!
►Antonio Archangelo é gestor, pesquisador e professor.
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