Polícia Militar e Conselho Tutelar foram acionados para apurar a situação registrada na manhã dessa sexta-feira (28), na Escola Estadual Batista Leme, em Rio Claro.
Alguns alunos estavam do lado de fora e alegavam que foram proibidos de entrar na unidade por não estarem com os uniformes devidos, o que gerou revolta por parte dos estudantes entre 15 e 18 anos. As vestimentas usadas pelos que estavam na frente da unidade eram calças leggings, calças rasgadas e bermudas de tecido. Segundo o regulamento da escola, todas são proibidas. “O uniforme foi decidido pelo Conselho e, há muito tempo, estamos alertando os alunos sobre o uso.
Hoje, a decisão foi essa. Eles não foram proibidos de entrar na unidade, apenas na sala de aula. Foram orientados a voltar para casa e a regressar com o uniforme, sendo autorizada a entrada na segunda aula. Mas alguns não entraram para fazer protesto”, afirmou a vice-diretora Denise Magalhães.
O Diário do Rio Claro teve acesso ao documento que estipula as roupas liberadas e consideradas como uniforme, no caso, calça jeans azul, bermuda jeans azul abaixo do joelho, camiseta da escola sem deixar barriga à mostra e tênis. “Sempre orientamos quem não tem condições de comprar uniforme para procurar a direção”, afirma a vice.
Para os alunos, a decisão foi extrema. Alegaram que ficaram do lado de fora tomando chuva. Uma das estudantes disse que foi obrigada a colocar por cima da calça legging uma calça da escola para poder entrar. Alunos do lado de dentro se recusaram a assistir as aulas em forma de protesto. “Ainda nos ameaçaram dizendo que se não subíssemos para as salas, iriam tirar notas”, desabafou outra aluna.
Segundo a vice-diretora, sempre deixou claro que existe a possibilidade de mudanças de regras. “Os alunos poderiam fazer documentos, entregar para direção para discutir com o Conselho e ver se é aprovado. No começo do ano, o regulamento foi aprovado, então, não é certo transgredir”, disse.
Outros problemas
Em contato com os alunos, eles alegaram que as condições da estrutura do prédio estariam precárias. “Tem salas que têm goteiras, faltam professores para dar aulas e eles estão preocupados com o uniforme?”, questionou uma estudante.
Ela fez outra denúncia. “Além dos problemas de estrutura, tem aluno que fuma maconha dentro do banheiro”, disse.
Questionada, a vice-diretora afirmou que quando constatada qualquer situação, resolvem da melhor forma possível.
Conselho Tutelar
“Rebemos várias ligações, mas aqui percebemos que não houve violação dos direitos. A escola não está errada, os alunos têm a obrigação de seguirem o regimento”, disse a Conselheira Tutelar, Cacilda Litoldo.
Diretoria Regional
O Diário do Rio Claro também entrou em contato com a Diretoria Regional de Ensino em Limeira. “Não aconteceu como eles colocaram. A escola desenvolve um trabalho sério com pessoas comprometidas. Ninguém impediu os alunos de entrarem. Prezamos pelo uso do uniforme até para a própria segurança dos alunos. Tudo foi decidido em conselho. O que foi apurado é que os estudantes não foram colocados para fora”, esclareceu a Dirigente Regional, Isabel Cristina Pivetta Fodra.
A dirigente disse ainda que em situações como esta, em que os alunos estão sem uniforme, os pais são comunicados