Morreu hoje (15), aos 81 anos, o cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor. Ele estava internado desde 17 de dezembro de 2021 no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após sofrer um acidente vascular isquêmico (AVC).
Jabor participou do movimento do Cinema Novo na década de 1960, que procurou trazer uma nova estética ao cinema nacional, influenciado pela neorrealismo italiano e a nouvelle vague francesa.
Em 1967 lança seu primeiro longa-metragem, A Opinião Pública, que traz trechos de entrevistas e cenas do cotidiano do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, lança Pindorama (1973) e Toda a Nudez Será Castigada (1973), uma adaptação da peça de Nelson Rodrigues. Darlene Glória, no papel da prostituta Geni, ganhou o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim.
Em 1975, adapta para o cinema o romance O Casamento, de Nelson Rodrigues, que teve a atriz Camila Amado premiada no Festival de Gramado como melhor atriz coadjuvante.
Em 1978, começa a chamada Trilogia do Apartamento, lançando Tudo Bem, premiado como melhor filme no Festival de Brasília, que tinha no elenco Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro.
Com Paulo César Pereio e Sônia Braga nos papeis principais, dirige o segundo filme da trilogia, em 1980, Eu Te Amo. No filme seguinte, Eu Sei que Vou Te Amar (1986), Fernanda Torres ganha o prêmio de melhor atriz, no Festival de Cannes.
Na década de 1990, com o desmonte das políticas de incentivo ao cinema brasileiro, Jabor retoma a carreira de jornalista. Foi colunista de jornais como O Globo e a Folha de S. Paulo. Chegou a ter quadros fixos de opinião também na TV Globo e na rádio CBN.
Nos anos 2000 lançou os livros Amor é Prosa, Sexo é Poesia (2004) e Pornopolítica (2006).
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) soltou nota lamentando a morte de Jabor. A agência lembrou a trajetória do cineasta e jornalista e enviou condolências aos familiares e amigos.
Por Agência Brasil / Foto: Arnaldo Jabor/TV Brasil