Em setembro de 2002, por decisão do prefeito à época, Cláudio Antonio Di Mauro, foi instituída uma Comissão de Avaliação com a finalidade específica de analisar, opinar e avaliar o arquivo fotográfico referente ao período de 1944 a 2002, de propriedade do cidadão rio-clarense Roberto Copriva. Declarado de interesse público pelos membros que compuseram a comissão, a saber: Monsenhor Jamil Nassif Abib, Sebastião Luiz Miotto, Lucila Maciel, Germano João Meyer Junior, José Roberto Melato e Rubens Fernandes Junior; o conjunto foi adquirido pela municipalidade, e, posteriormente, doado ao Arquivo Público e Histórico (APHRC), no ano de 2004.
O material fotográfico é resultado do trabalho profissional empreendido por Rodolpho Copriva, que em parceria com o seu filho Roberto, mantiveram por algumas décadas um estúdio de fotografia na área central de Rio Claro. Além dos serviços que ambos prestaram aos órgãos da segurança pública e outros departamentos municipais, incluindo o próprio Arquivo.
Por registrarem um período bastante extenso da vida dos cidadãos rio-clarenses, as fotografias quando utilizadas de forma serial apontam aspectos, comportamentos e valores de uma sociedade diferente da atual. Portanto, tornando-se indispensável o trabalho de preservação que o APHRC realiza junto a essa documentação, desde a sua incorporação ao acervo.
Tendo ocorrido o falecimento do Sr. Roberto Copriva, no último dia 15, o Arquivo de Rio Claro em nota, manifesta solidariedade aos familiares e amigos, bem como, reconhece e agradece pelos anos de trabalho prestados na produção/reprodução de documentos iconográficos tão únicos para a história de nossa cidade.
Desde que o conjunto fotográfico passou para a salvaguarda do Arquivo, procedimentos foram estabelecidos para garantir o tratamento técnico adequado do material. Somado ao trabalho de higienização definido para cada item. Após avaliado o estado de sua conservação, foi preciso decidir sobre a melhor forma de acondicionamento, optando-se pela aquisição de envelopes em papel alcalino para evitar a oxidação da imagem, bem como, a confecção de pequenas caixas para proteção dos negativos em vidro (itens de menor quantidade no conjunto). Depositados em sala com umidade e temperatura monitorados, o arquivo fotográfico da coleção Copriva aguarda pela conclusão da etapa de identificação e classificação, e posteriormente, dar início a sua digitalização.
*A autora é Coordenadora de Arquivo Permanente do APHRC.
Revista Studium
“Suas imagens privilegiaram os mais variados fenômenos sociais, abordando temas variados e são uma grande contribuição para se entender essa localidade. Conhecendo seu trabalho e sendo testemunha da sua passagem, fica fácil entender o que o professor Boris Kossoy quer dizer quando afirma ser o fotógrafo uma ligação entre a sociedade e seu artefato final, mediando os fenômenos e fazendo deles um documento. Copriva fez cotidianamente essa ligação, e no seu processo de trabalho se revelou uma pessoa atenta aos mais variados fenômenos, desnudando para nós um irrepreensível perfil de foto-documentarista”, escreveu Marcelo Eduardo Leite no artigo “Rodolpho Copriva, um foto-documentarista do interior paulista”, publicado na revista Studium, da Unicamp.
Colaboração Talita Gouvea Basso / Foto: Divulgação