O fim de um ícone
Uma despedida em alto estilo. É assim que podemos definir as 250 unidades numeradas do Fiat Uno, que após 37 anos será aposentado da linha de montagem de Betim (MG). Com o sugestivo sobrenome Ciao, a série especial traz dois sentidos: em italiano, essa palavra serve para cumprimentar e, ao mesmo tempo, para se despedir de alguém.
Todas as unidades vêm na cor cinza Silverstone, com teto, retrovisores externos e spoiler traseiro pintados de preto. As portas têm maçanetas na cor do veículo e um adesivo lateral com o nome Uno Ciao acompanhado da frase “La Storia Di Una Leggenda” (a história de uma lenda, em italiano). Completa o exterior as rodas de liga leve escuras de 14 polegadas.
No interior, o Uno Ciao adota acabamento bicolor em tons e na lista de itens de série traz: ar-condicionado, direção hidráulica, instrumentos em tela de LCD, computador de bordo e som com bluetooth e entrada USB.
O Ciao custa R$ 84.990. Para se ter uma ideia, a única versão à venda do Uno, a Attractive, custa R$ 70.690 com menos itens do que a série especial.
O motor é o mesmo 1.0 flex de até 75 cv de potência acoplado ao câmbio manual de 5 marchas.
Desde 1984, a Fiat produziu mais de 4,3 milhões de unidades do Uno.
Novo Renegade deixará de ter versão a diesel
Novo Jeep Renegade – Foto Stellantis
A Jeep lança no primeiro trimestre de 2022 a renovação de um de seus SUVs mais vendidos no Brasil. Pelo visual, mesmo “disfarçado”, já dá para notar que o DNA do Renegade foi mantido, com possíveis atualizações em faróis, lanternas, rodas e outros detalhes.
Contudo, o Jeep perde o motor turbodiesel. O que a marca adiantou é que o Renegade virá apenas com o motor T270, o 1.3 turbo flex com potência de 185 cv (etanol) / 180 cv (gasolina) e 27,5 kgfm de torque – em todas as suas versões 4×2 (combinada com o câmbio automático de 6 marchas) e 4×4 (com transmissão automática de 9 velocidades).
As versões 4×2 ganham o Jeep Traction Control +, recurso que controla a tração quando uma das rodas perde a aderência e transfere o torque para a roda em contato com o piso.
Os preços só serão conhecidos por ocasião do lançamento, mas estima-se que o Renegade deverá ficar na faixa entre R$ 110 mil (4×2) e R$ 160 mil (4×4).
Mais um SUV competitivo
Caoa Chery Tiggo 7 Pro – Foto Caoa Chery
Às vésperas de fechar 2021 com o dobro do volume vendido nos últimos dois anos, a Caoa Chery avança agora com mais uma renovação. Fabricado no Brasil, o Tiggo 7 Pro é a evolução do antecessor.
A começar pelo motor: no lugar do 1.5 turbo, a marca de origem chinesa optou pelo quatro cilindros 1.6 turbo que rende 187 cv, apenas a gasolina, junto com a transmissão automática de 7 velocidades, o mesmo conjunto do Tiggo 8.
Na estrada, onde foi avaliado durante lançamento, o SUV tem muita disposição para acelerar, com boas retomadas. A suspensão foi retrabalhada para trazer mais conforto.
Além do novo desenho, com a grade mais marcante, conjunto ótico de full LED, linha de cintura mais alta, caída mais esportiva na coluna C e a barra de LED com assinatura noturna na traseira, o interior foi todo renovado com bons itens tecnológicos.
A segurança foi reforçada com sensores de alerta de tráfego cruzado traseiro, detector de ponto cego e faróis de neblina com assistência em curvas, entre outros. Mas senti falta do piloto automático adaptativo com a frenagem de emergência e alerta de saída em faixa pelo pacote que oferece.
Em única versão de acabamento, o Tiggo 7 Pro custa R$ 179.990 e chega para brigar com Jeep Compass, Volkswagen Taos e Toyota Corolla Cross.
Marca avança no top 10
Caoa Chery Tiggo 7 Pro – Foto Caoa Chery
A Chery foi assumida em 2017 pelo Grupo Caoa, ano em que a marca com fábrica em Jacareí (SP) emplacava 3.700 carros. Aos poucos, os volumes foram avançando e no ano da morte de seu fundador, Dr. Carlos Alberto de Oliveira Andrade (falecido em agosto passado), a Chery projeta chegar a 40 mil unidades vendidas.
No acumulado até novembro, é a 10ª marca no ranking de participação, à frente de Ford, Peugeot e Citroën, por exemplo.
A estratégia de rechear o portfólio com SUVs e sedãs bem equipados, investir massivamente em um marketing de “autoestima elevado” e mais do quintuplicar a rede de concessionárias (foi de 25 para 137, com planos de chegar a 150 lojas em 2022) traz confiança ao consumidor e turbina suas vendas. Um legado deixado pelo fundador e que deve manter a receita de sucesso.
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo. E-mail: lucia@viadigital.com.br