Imagine a minha adrenalina a mil no momento em que escrevo sobre esse sujeito. Sou fã de carteirinha, devo admitir. Ainda que eu não cresse em nada, eu o admiraria do mesmo modo.
O aspecto humano da coisa, tá ligado? Esse negócio de se esforçar para se tornar uma pessoa melhor, um pouco mais, a cada dia, me fascina. Admitir os defeitos e procurar corrigi-los. Aprimorar as qualidades a partir das experiências vividas. Tentar fazer o melhor sempre, não importa sob que circunstâncias. E fazer com amor. Esse sentimento que nenhum de nós sabe exatamente o que é, mas a todos encanta. Um sentimento que, para se manter vivo, depende do dar e receber. Uma troca. Justa e igual. Sem privilégio.
É, meu amigo, você está ficando velhinho. Lá se vão 2022 anos. E pensar que aos doze anos de idade você já deixava os sábios de então com o queixo caído, estupefatos. E, lá pelos 30, dividiu a história do mundo em dois períodos: antes e depois de você.
Fico pensando como você seria se nascesse neste nosso tempo. Em qual país nasceria? Brasil? Estados Unidos? Rússia? Índia? China? Ou em algum país da Europa? Em qual área de atividade humana você atuaria? Na política? Mercado financeiro? Meio artístico? Porque eu duvido que hoje você seria, como no passado, um outsider. Você discursaria na ONU? Daria aula em universidade? Vestiria paletó e gravata? Ou jeans e camiseta?
Há pessoas que o identificariam como um hippie, pode crer. Eu não. E inteligente como é, e perspicaz como é, duvido que você abriria mão das redes sociais. Jesus no Instagram, postando fotos e comentários, diariamente. @Jesus. Ia cair a internet a toda hora. Viva!
Pois é. Muitos vão dizer que estou delirando por pensar essas coisas. E essa talvez seja a característica que me faz diferente da maioria das pessoas na atualidade, porque eu penso. E não temo pensar. No meu vocabulário inexiste a palavra ‘blasfêmia’ e sua irmã gêmea, ‘pecado’.
Pensar liberta. “Conheça a verdade, e a verdade vos libertará.” Duvido que ele tenha dito isto. Porque tão sábio quanto era, já naquele tempo, sabia que a verdade é interpretativa. Pode ser algo tão profundo e complexo, mas pode ser algo tão raso e simples. Vai de cada um.
Mas eu fico aqui imaginando Jesus, montando numa motocicleta Hornet 1000 cilindradas (nem sei se existe isso), ao invés de um jumentinho. E passando diante da Bolsa de Valores de Nova York, e dando aquela olhada, para o touro de ouro na calçada. “Que tu fazes aí, meu camarada?”. Será que Jesus diria isso? E como se sentiria Jesus, diante do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro? “Desça daí, mano” – ele diria, eu acho. – “E venha dar um jeito na coisa aqui embaixo que ninguém aguenta mais.”
Jesus se preocuparia em desmentir aqueles que ao longo do tempo, deturparam a sua mensagem de amor, perdão, esperança e fé? Eu adoraria vê-lo fazendo isso! E quando entrasse no Vaticano, o que diria à Sua Santidade? “Retire-se, este não é o seu lugar.” Visualiza a cena, mano!
Sei lá, viu. Quer outra? Jesus teria igualmente 12 apóstolos? Alguém o trairia? Pense Jesus como um intelectual, um professor universitário, um autor best-seller, participando semanalmente do programa da Ana Maria Braga, dando dicas de como conviver pacificamente com os seus piores inimigos, dentre os quais, aquele que você encontra todas as manhãs, quando se olha no espelho. Jesus assistiria a Globo ou o SBT? Ou não teria tempo pra perder com essas porcarias?
Bem, o intuito, acho que já deu pra perceber, não é provocar polêmica, mas reflexão. Quem sabe, então, alguém se lembre, em meio a tantos presentes, perus e Papai Noel, do sujeito que faz aniversário neste 25 de dezembro. O meu amigo, Jesus. Sim, somos muito próximos. E qualquer um pode sê-lo. Basta ligar os pensamentos. Por falar nisso, vou gravar uma mensagem de vídeo, pra mandar um salve pra Jesus, porque vai que na hora eu acabo me esquecendo.