Tivemos a satisfação de acompanharmos no Clube dos Cavaleiros de Rio Claro, nas dependências da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (FEENA), a VII etapa do campeonato de hipismo rural organizado pela Associação Brasileira de Hipismo rural (ABHIR).
Quando assistimos na TV ou ouvimos no rádio as competições de turfe, polo, hipismo e outras modalidades, não imaginamos o quanto é significativa essa harmoniosa convivência milenar de nós seres humanos com os cavalos.
Antigos documentos relatam que essa convivência iniciou-se com o adestramento de cavalos para fins militares por volta de 1.360 a.C. no Oriente Médio e, anos mais tarde, para a locomoção dos povos asiáticos e também posteriormente, nos esportes, desde 648 a.C., nos jogos olímpicos da Antiguidade, nas famosas e lendárias corridas de bigas (espécie de charrete puxada por dois ou quatro cavalos).
Esse equilíbrio na convivência do homem com o cavalo vai além de nossa imaginação, onde quem mais se beneficia, com certeza, é o ser humano, pois esse maravilhoso animal em sua essência de vida nos traz ensinamentos de como nos relacionarmos com outros de nossa espécie, em comunidade, sabendo se comunicar, às vezes com uma simples expressão corporal, onde há respeito entre os mais experientes, além de que os cavalos são sensitivos, com a capacidade de compreender e interagir com os sentimentos humanos.
Anos mais tarde com o aprimoramento desta convivência mútua, os cavalos tiveram um papel importante em outras práticas esportivas, como a que deu origem às provas de hipismo rural, que foi a caça à raposa, de tradição inglesa, onde os cavalos eram utilizados como meio de locomoção dos caçadores que precisavam com certa rapidez, transpor vários obstáculos, saltando sobre troncos, pequenos riachos e barrancos em meio a floresta, a fim de capturarem as indefesas raposas.
No século XIX a Real Sociedade de Dublin, introduziu as primeiras competições de salto, que eram voltadas para testar a capacidade dos cavalos de caça com saltos em altura e à distância, o que incentivou a criação, anos mais tarde, a construção de pistas com obstáculos utilizadas para competições
Genuinamente brasileira, a modalidade hipismo rural, originou em fazendas do interior paulista onde cavalos eram utilizados em gincanas e brincadeiras. Com bastante aceitação, esta diversão passou a ser encarada como um esporte de destaque internacional, empolgando milhares de jovens que com muita coragem, determinação e autodisciplina, fazem deste elegante esporte um aprendizado de vida saudável.
A Associação Brasileira de Hipismo Rural (ABHIR), sediada em Rio Claro, promove competições com o intuito de incentivar os jovens à pratica do hipismo, desenvolvendo valores a serem aplicados no esporte e na vida, além de outros trabalhos como a equoterapia, que busca o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências ou necessidades especiais, através de um método terapêutico e educacional.
Para quem ainda não teve a oportunidade de assistir uma competição de hipismo rural, não perca tempo, acompanhe a programação no site da ABHIR, e na próxima oportunidade leve sua família para desfrutar deste saudável esporte.