O dia 10 de novembro foi especial para o vendedor ambulante José Antonio de Souza, conhecido como “Zé da Vela”, data em que completou 67 anos. Porém, o único presente melhoraria a situação que enfrenta atualmente ainda não chegou: “Eu queria uma cadeira de rodas nova”, disse ao Diário do Rio Claro.
Ele foi acometido pela poliomielite aos quatro anos de idade, aos 13 passou a precisar da cadeira para se locomover. A atual, que utiliza há seis anos, já não atende tão bem as necessidades, começou a apresentar os desgastes do tempo. As baterias estão desgastadas e já não suportam por muito tempo a carga, após serem recarregadas.
Um orçamento apontou o valor de 7 mil reais para o conserto o que não valeria a pena. Sendo melhor adquirir uma nova, que pode custar de 8 a 10 mil reais. Vendo a situação e a falta de condição financeira do senhor José, amigos estão unidos em uma campanha para arrecadar os recursos e assim ser feita a compra de uma nova cadeira motorizada. “Eu moro aqui próximo e todo dia venho falar bom dia para ele. Então a gente conhece a situação. Essa cadeira, devido ao uso, precisa trocar as duas baterias que ficaria R$4 mil, mais a mão de obra e outras coisas, resumindo, não compensa arrumar. Estamos fazendo um movimento para conseguir uma nova para ele. O povo de Rio Claro é solidário, estamos positivos. O Padre Renato da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no dia de Finados, todo ofertório aqui da missa foi doado para a campanha e ele anunciou também, com isso mais pessoas ajudaram, foi nosso pontapé”, contou o aposentado João Stencel que é amigo do senhor José há 40 anos.
Qualquer valor é bem-vindo e toda a arrecadação tem sido acompanhada pelo amigo. “Em nome de todos os amigos, os que conhecem e a toda população pedimos essa ajuda, temos a conta PIX e está sendo monitorada. Temos essa preocupação”, disse.
LIÇÃO DE VIDA
Senhor José nunca se deixou abalar diante das dificuldades, não viu a paralisia como um obstáculo, desde os 13 anos começou a trabalhar como ambulante e de lá para cá, ou seja, há 53 anos, não tem um dia sequer que não realiza o seu ofício, a venda de velas na porta do Cemitério Municipal São João Batista, um complemento para o baixo salário da aposentadoria que recebe. “Nunca tive preguiça, o que eu mais gosto na minha vida é ficar aqui. Conheci muita gente boa também que já passou e me ajudou e muitas já estão aqui dentro”, diz apontando o interior do cemitério, porém completa: “nunca vi como uma dificuldade”.
Ao falar da ação dos amigos e das pessoas solidárias se emociona, com um semblante cheio de esperança. “Uma grande emoção, nunca imaginei, uma prova de amizade verdadeira. Fico muito agradecido”, finalizou.
Campanha é realizada
Doações em qualquer valor podem ser feitas através do PIX 85021822853 – José Antonio de Souza
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação