Um sonho que começou em 2017, mas que só se realizou em 2020. A banda Taqui-Cardia, que ainda não tinha o nome que tem hoje e nem a formação atual, já começava a dar corpo à ideia embrionária naquela época – ainda no período pré-pandêmico. “Era um sonho que a gente queria alcançar. Aí no começo de 2020 decidimos colocar em prática”, conta Vinícius Bonaldo, vocalista e tecladista da banda.
Hoje, em 2021, a banda é formada, além do Vinícius, pelo guitarrista Enzo Piva, o baixista Pedro Gomes e Vicenzo dos Santos na bateria. Além de músicos, os integrantes também são estudantes do Ensino Médio, entre 16 e 18 anos, o que pode soar como um velho clichê de ‘banda adolescente’, mas que foi fundamental para o surgimento da banda.
A ORIGEM
No ano passado, o tecladista Vinícius se juntou ao baixista Pedro e mais um amigo para ajudar nas guitarras da banda. Para completar a ‘cozinha’, o baterista Vicenzo chegou, inicialmente, como um integrante temporário, mas acabou ficando à medida que foi gostando. “Depois de um tempo, lá para o começo de 2021, o nosso ex-guitarrista decidiu sair da banda devido a outros projetos dele. E foi aí que achamos o Enzo”, lembra Vinícius.
“Eu já tocava há uns anos, e estava procurando uma banda com os estilos que eu mais gosto. E no momento certo o (Vinícius) Bonaldo mandou mensagem”, conta o atual guitarrista. Além da juventude e os interesses musicais em comum, o grupo foi se ajustando e, segundo Enzo, quando mal perceberam, a banda já estava atuando após o primeiro ensaio com a nova formação.
Com referências que variam de The Cure, Siouxsie and the Banshees, Jimmi Hendrix, Tim Bernardes, Black Sabbath e David Bowie, a Taqui-Cardia é mais do que simples ‘elevação cardíaca’, mas também tenta compreender a tristeza que pode “levar alguém a ‘morrer de coração partido’”, comenta Enzo, em bom humor.
Mas sem sair do foco da entrevista, o DRC perguntou à banda se a pandemia teria afetado demais o encontro entre os integrantes para ensaiar ou outras atividades. “A gente criou a banda um pouco antes da pandemia, mas daí chegou o vírus. Até mantivemos os ensaios, mas com medidas de segurança maiores”, conta o tecladista.
PRIMEIRO SINGLE
Com mais de um ano desde a primeira formação, o grupo rio-clarense já tem um single lançado nas plataformas digitais. Gravada e mixada neste ano, “Terça à noite” é fruto de um projeto do Centro Cultural, com o produtor e engenheiro de som Ronaldo Orcs. “A gravação da nossa música só foi possível graças ao estúdio do Centro Cultural, que além de ser gratuito conta com um baita profissionalismo.”
Segundo a banda, a clássica ‘canção demo’ levou alguns dos integrantes a ter a primeira experiência em estúdio. “Foi um processo bem divertido e emocionante, principalmente, pra mim e pro Vinícius, já que a gente nunca tinha gravado em estúdio ou algo do tipo. Mas em geral foi maravilhoso”, conta Pedro, o baixista.
“Ele (Ronaldo) ajudou a gente demais nessa gravação. É realmente um excelente projeto, que tem impulsionado e ajudado muitos artistas aqui da cidade”, complementa Vicenzo.
O FUTURO
De fato, nada mais melancólico para quatro jovens cheios de energia, prontos para sublimar, encarar uma realidade dura que, como se diz, ‘chegou com os dois pés na porta’. Mas a banda segue em frente. “A música pra gente significa um futuro ou algo maior por vir. Nossa motivação é poder passar o que a gente quer passar. Tanto sentimentos, quanto opiniões”, finaliza Vinícius.
Taqui-Cardia
“Essa melancolia que me persegue na cidade ao entardecer. Por favor, eu não quero. Eu não posso ser esquecido” – trecho da música “Terça à noite”, da Taqui-Cardia
Por Samuel Chagas / Foto: Divulgação