Lembro de quando ainda menino, bem menino, observava meu pai recolhendo o jornal Diário do Rio Claro, deixado pelo jornaleiro, na área lá de casa, no bairro São Judas Tadeu.
Esperava pacientemente a minha vez de tomar posse de tão desejado objeto, através do qual, o mundo se revelava para mim.
De posse do jornal, ia direto na página dedicada aos esportes, atrás de notícias do querido Velo Clube. Se o Rubro-Verde havia ganhado o jogo, se havia contratado algum jogador, em qual posição estava no campeonato. Achava bacanas as fotos tiradas de lances do jogo e dos jogadores. Até os árbitros eram fotografados. Eram fotos branco e preto, mas e daí, se aquela era a rotina naquele tempo.
Lembro também da coluna esportiva de Sergio Carnevale, trazendo todos os detalhes dos jogos do Velo Clube e do Rio Claro FC e comentários a respeito da atuação dos “homens de preto”, os árbitros. Tinha também, na página esportiva do Diário, os resultados dos jogos da rodada de domingo, a loteria esportiva, sonho de muita gente.
Oh tempo bom aquele! Tempo de sonhar! De acreditar no impossível. De desejar ser igual ou melhor do que aqueles que admirávamos.
Mas aí, a vida vai escovando, vai limando a gente, vai desfazendo os sonhos, um a um, e o que resta é a certeza de que há de se morrer lutando pela sobrevivência. E melhor lutando, fazendo o que se gosta de fazer. Num país como o nosso, isso é privilégio de poucos.
Naqueles dias de minha infância quando eu poderia imaginar que na minha maturidade, sofrendo da incurável frieza da praticidade, da objetividade essa perversa realidade, que depõe inapelavelmente, que desaloja de nosso coração os nossos melhores e mais audaciosos e mais insanos sonhos, quando eu poderia imaginar que estaria também ocupando as páginas desse indispensável e incomparável, por sua história e dinamismo, Jornal Diário do Rio Claro, escrevendo para a mesma página de esportes e assinando uma coluna quinzenal às sextas-feiras, na página 2. Caramba! Às vezes, me belisco, diante do computador, da tela do word, ainda em branco.
E colaborar com este jornal é algo que faço com alegria, orgulho, prazer e responsabilidade, como deve ser a conduta de todos aqueles que dão a cara à tapa, que botam a sua assinatura, naquilo que escrevem, seja para informar, seja para opinar, sobre o que quer que seja.
Parabéns, Jornal Diário do Rio Claro. Parabéns aos seus idealizadores, fundadores, diretores, jornalistas, colaboradores como eu, proprietários, enfim. Parabéns a todos que, de alguma forma, desde o início de tudo e até os dias de hoje, contribuíram para essa centenária história de sucesso.
Parabéns a você leitor, parabéns a você, anunciante, a razão de ser de um grande jornal como o Diário do Rio Claro. Parabéns!
Feliz aniversário!