Em entrevista ao programa sem censura da TV Brasil, o Ministro da Educação Milton Ribeiro disse que no “inclusivismo” crianças com deficiência “atrapalhavam”, entre aspas, o aprendizado de outros alunos sem a mesma condição. Segundo ele é que “ a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela atenção especial”.
Em nosso programa semanal de rádio pela digital esportes, central brasileira de inclusão, a sexta da inclusão, inserimos na pauta esta lamentável informação. O assunto repercutiu e tomou grande proporções nesta semana, organizações da sociedade civil que atuam na causa,movimentos e políticos vieram a se manifestar sobre a fala do Ministro, a exemplo do Senador Romário, que divulgou o relato da sua filha Ivy Faria, pessoa com síndrome de Down, que em carta relatou sua experiência como aluna. A Senadora Mara Gabrilli, a Deputada Federal Tabata Amaral, também rechaçaram essa fala do Ministro.
Senhor Ministro, não podemos jogar no colo do aluno, pessoa com deficiência e da sua família, a deficiência do Estado, a segregação, inviabiliza o crescimento, a evolução da sociedade, classificar as pessoas, e de forma indicar um conceito posto, por uma percepção capacitista, utilizando como fundamento a falta de estrutura devida para se alcançar o sucesso de uma política pública, é no mínimo falta de ética.
Ao defender a segregação, período que propagou atrocidades, de fato diminuindo as pessoas com deficiência, de tal forma a passando o entendimento de que as mesmas eram um “problema”, “fardo” para sociedade, ferindo a dignidade da pessoa humana, reproduz um retrato sombrio do qual nós pessoas com deficiência, esperamos um dia não mais estar presente entre nós.
Não podemos aceitar colocações como esta da autoridade máxima no âmbito da educação em nosso País, pois da educação advém todo o processo de evolução da sociedade, retroceder é trancafiar sonhos, limitar o desenvolvimento de pessoas e regular um processo lesivo o qual, infelizmente, já conhecemos.
Giro Inclusivo:
Senado aprova prioridade na matrícula para crianças com deficiência
O Senado aprovou na terça-feira (17) o projeto que prevê a prioridade na matrícula para crianças e adolescentes com deficiência ou doenças raras em creches, pré-escolas e em instituições de ensino fundamental ou médio, públicas ou subsidiadas pela União. A matéria segue para análise da Câmara dos Deputados.
Rio Claro inicia vacinação contra COVID de pessoas com deficiência de 12 a 17 anos
Na terça-feira (17), Rio Claro iniciou a vacinação contra a Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos com deficiência. Em razão do Município ter recebido lote com poucas doses da vacina fabricada pela empresa Pfizer, e esta ser o único imunizante autorizado pela Anvisa para a aplicação em adolescentes, no mesmo dia as doses acabaram. A vacinação para esse público com primeira dose será restabelecida, com a chegada de novas doses, ainda sem previsão.
Propostas prevê estímulos para empresas contratarem pessoas com deficiência
A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou proposta que prevê a criação de estímulos fiscais ou creditícios para empresas que contratarem pessoas com deficiência em número superior ao que estiverem obrigadas pela legislação. A Lei 8.213/91 determina que as empresas com 100 ou mais funcionários tenham entre 2% e 5% das vagas preenchidas portrabalhadores com deficiência. A proposta aprovada inclui a medida na Lei 7.853/89, que trata da integração social das pessoas com deficiência.