O candidato do PSL à presidência, Jair Bolsonaro, levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), na tarde de quinta-feira (6).
Ele era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o feriu na barriga. O agressor foi preso.
Bolsonaro foi socorrido e levado à Santa Casa de Misericórdia da cidade. O hospital informou que ele deu entrada na emergência, por volta de 15h40, com “uma lesão por material perfurocortante na região do abdômen”. Segundo os médicos, Bolsonaro chegou com a pressão baixa por causa da perda de sangue.
O candidato teve lesões nos intestinos delgado e grosso e passou por uma cirurgia que durou cerca de duas horas e terminou por volta das 19h40. O estado de saúde dele é estável. Por volta das 19h55, Bolsonaro foi levado para a UTI da Santa Casa de Juiz de Fora, onde passou a noite.
Um dos médicos que operou o candidato, Luiz Henrique Borsato, disse que a estimativa é de que Bolsonaro fique de uma semana a dez dias internado em recuperação.
Inicialmente, um de seus filhos, o deputado estadual Flavio Bolsonaro, tinha afirmado que o ferimento era superficial, mas exame indicou a suspeita de uma lesão no fígado.
Na cirurgia, os médicos constataram que não tinha ocorrido lesão no fígado, mas que havia três lesões no intestino delgado – que já foram tratadas. Segundo os médicos, a facada foi profunda e também atingiu a artéria mesentérica, que leva sangue para a intestino.
CENÁRIO
Antes dos ataques, tumultos, tensão e bate-boca marcaram a visita do presidenciável ao hospital filantrópico da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (Ascomcer) e também um almoço com o candidato em um hotel. Pacientes idosos em tratamento contra a doença tiveram dificuldade para entrar na unidade devido a um cordão de isolamento feito por integrantes de movimento que, vestidos de preto, se diziam policiais e afirmavam fazer “segurança voluntária” do postulante, conforme divulgou o Portal Terra.
APOIO
Candidatos que disputam a Presidência da República se manifestaram nas redes sociais sobre o ataque sofrido pelo candidato do PSL, Jair Bolsonaro.
O candidato pelo PDT, Ciro Gomes, se manifestou pelo Twitter durante campanha em Caruaru, Pernambuco. “Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam os responsáveis por esta barbárie”.
Marina Silva, candidata da Rede, considerou a violência contra Bolsonaro inadmissível e um atentado contra sua integridade física e a democracia. “Neste momento difícil que atravessa o nosso país, é preciso zelar com rigor pela defesa da vida humana e pela defesa da vida democrática e institucional do nosso país. Este atentado deve ser investigado e punido com todo rigor”, declarou Marina.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, também comentou o fato em sua página do Twitter e declarou que espera que Bolsonaro se recupere rapidamente. “Política se faz com diálogo e convencimento, jamais com ódio. Qualquer ato de violência é deplorável. Esperamos que a investigação sobre o ataque ao deputado Jair Bolsonaro seja rápida e a punição, exemplar”, declarou.
O candidato pelo partido Novo, João Amoedo, disse que nenhum ser humano deve passar por qualquer tipo de violência. “É lamentável e inaceitável o que aconteceu com o Jair Bolsonaro. Independentemente de divergências políticas, não é possível aceitar nenhum ato de violência. Que o agressor sofra as devidas punições. Meus votos de melhoras para o candidato”, disse.
O vice-candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, também se manifestou pelo Twitter. “Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro”.
Guilherme Boulos, candidato do Psol, criticou o ataque. “A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato”.
Integrante do PSL diz que foi gesto político
O coordenador da campanha do coronel Tomasella, candidato do Bolsonaro em Rio Claro a deputado federal e chefe de gabinete do vereador Seron do Proerd (Democratas), Fred Martins declarou à reportagem do Centenário que ato foi político.
“Nós, do partido PSL, acreditamos que possa ter sido um ato político para tirar o Jair Bolsonaro do cenário politico”, destaca o Martins, que é filiado ao PSL.
De acordo com ele, o motivo para o ataque seria que o candidato figura em primeiro lugar nas pesquisas sem o ex-presidente Lula (PT) na disputa.
“Ele está na frente nas pesquisa, acreditamos muito na vitória em primeiro turno”, declara.
Martins revela que, dentro do partido, ataques à integridade física do candidato sempre foi uma preocupação. “Essa é uma preocupação que o candidato tinha, porque ele tinha recebido informações da intelegigência do exército e da Policia Federal que isso poderia acontecer”, finaliza ao Diário do Rio Claro.