A Polícia Federal (PF) prendeu nessa terça-feira (6) 15 pessoas envolvidas com um esquema de facilitação do envio de cargas de cocaína para o exterior por meio do Aeroporto de Viracopos em Campinas, interior de São Paulo. Outros dois acusados de tráfico internacional de drogas estão foragidos e um não foi encontrado, mas há previsão de que ele se apresente. As prisões fazem parte da Operação Airlane, um desdobramento da Operação Overload, deflagrada em outubro do ano passado.
Com as prisões de ontem a PF considera que tenha desarticulado definitivamente a organização criminosa. Além dos investigados nas fases anteriores, um novo integrante foi acrescentado, com dois mandados de busca e apreensão em sua casa e no escritório. Trata-se de um despachante aduaneiro que, segundo as investigações, facilitava as operações de transporte de cocaína para o exterior, misturando o entorpecente em cargas de alimentos que seriam exportados.
Pelo menos 270 kg da droga foram enviados para a Europa por meio do Aeroporto de Viracopos. As investigações também apontaram que outros 500 kg saíram do Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, com auxílio dessa organização, que contava com o auxílio de dois policiais, um militar (já preso) e outro civil (não encontrado). De acordo com a PF, os dois atuavam com o tráfico, extorsão, extorsão mediante sequestro e obtenção de diplomas falsos.
A atual fase de investigação foi concluída após mais de 60 exames periciais, 45 relatórios de análises de informações contidas em dispositivos e documentos apreendidos, compreendendo quase 10 mil páginas de instrução. O primeiro desdobramento foi em dezembro de 2020 durante Operação AKE.
O segundo, a Operação Lavaggio em fevereiro de 2021. Na Operação Overload, a PF descobriu o esquema operando a partir de Viracopos, envolvendo empregados de empresas terceirizadas, de companhia aérea, integrantes das Forças de Segurança Pública e estrangeiros em solo europeu.
Nesse momento foram presas temporariamente 32 pessoas, além da apreensão de veículos e dinheiro no valor aproximado de R$ 3 milhões. Depois de 30 dias de prisão a Justiça soltou os presos.
A partir de então a PF passou a analisar os documentos e dispositivos apreendidos e representar sistematicamente pela prisão preventiva de todos os envolvidos. Parte destes foram presos novamente em dezembro e fevereiro durante as operações seguintes.
“Finalmente consideramos essa quadrilha definitivamente desarticulada. Haverá desdobramentos e novas investigações porque a riqueza de material e documentos apontam para outros crimes e envolvimento de outras pessoas. Até o exaurimento de todos os crimes ainda há possibilidade de desdobramentos. O fim dessa quadrilha era uma questão profissional para os policiais envolvidos na investigação, que não estavam satisfeitos, em razão dos crimes cometidos e do poder de articulação”, disse o delegado chefe da Delegacia da Polícia Federal em Campinas, Edson Geraldo de Souza.
Por Agência Brasil / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil