O sonho de cuidar do próximo surgiu na adolescência para a enfermeira Bárbara Casagrande, de 26 anos, que há quatro atua na Casa de Saúde Bezerra de Menezes. Mas foi antes mesmo de ser uma profissional da área que precisou mostrar as habilidades, o seu dom e salvar a vida da própria irmã. “Percebi, quando eu tinha 15 anos, pois adorava ver séries e filmes sobre hospital e emergência. Salvei minha irmã de 9 meses, ela engasgou com leite, tinha muito refluxo, foi ali então que eu resolvi fazer enfermagem, vi que eu tinha salvado uma vida e era isso que eu ia fazer pro resto da vida”, relembra ao falar sobre sua paixão pelo papel que exerce, principalmente em tempos de pandemia. “Nunca consegui me imaginar trabalhando com outra coisa. A área da saúde me encanta e me fascina. Enfermagem é uma arte, e passar por tudo isso faz parte. Profissão de muito estudo e de muita dedicação, responsabilidade e amor ao próximo”, ressalta.
Nos últimos tempos esses profissionais que são linha de frente contra a Covid-19 sentiram uma sobrecarga de trabalho, estão se desdobrando para manter o emocional em dia se cuidar e, principalmente, cuidar dos pacientes. “Nos últimos meses, os profissionais de enfermagem tiveram de enfrentar hospitais superlotados e uma doença desconhecida. Os enfermeiros, técnicos em enfermagem e outros profissionais da saúde nas linhas de frente contra a COVID-19 merecem ser valorizados por seus esforços que salvam vidas e seus sacrifícios pessoais em meio a maiores riscos em alguns lugares, em meio a assédio e ataques”, avalia Bárbara, destacando também a luta da categoria para um melhor piso salarial e jornada de trabalho mais reduzida, por exemplo.
Com 45 anos e 26 deles dedicados à enfermagem está Celia Regina de Almeida Barbosa, que já atuou na Santa Casa, Unimed e Santa Filomena, atualmente, exerce o cargo na Clínica Nelson Letízio. Para ela também não foi difícil decidir a carreira que iria seguir, o dom de cuidar falou sempre mais alto. “Comecei a fazer o técnico em enfermagem com 15 anos, me apaixonei desde o primeiro dia e já tinha certeza que era isso que queria para minha vida. Aos 18, comecei a trabalhar na Santa Casa, berço do meu aprendizado. Gratidão a todos que com muita paciência me ajudaram e estimularam a crescer. Então, anos depois, senti que ainda me faltava algo, prestei vestibular e com muito esforço e apoio veio a graduação, enfim enfermeira com orgulho”, comemora as conquistas.
O mais gratificante é saber que com o seu trabalho consegue fazer o bem em momentos tão complicados para pessoas que enfrentam doenças. “A equipe de enfermagem mantém contato direto com pacientes 24h por dia durante o período de internação. Essa equipe tem a responsabilidade de prestar cuidados e orientações aos pacientes e familiares com sabedoria e empatia”, destaca.
Apesar de ser uma profissão tão admirada, o reconhecimento desses que são considerados anjos e heróis ainda está distante do realmente merecido, principalmente na luta que todos têm enfrentado, no combate ao coronavírus. “Acredito que poderíamos ser vistos com olhos mais humanos. É emocionante ver a relação que é desenvolvida entre os pacientes, familiares e a equipe de enfermagem. Nosso trabalho de orientação e cuidados foram intensificados, nosso vínculo tornou-se maior. Porém estamos em tempos de exaustão, necessitamos ser vistos como um ser humano que também precisa de cuidados, também temos família”, declara Célia.
Profissão
“Enfermagem é uma arte, e passar por tudo isso faz parte. Profissão de muito estudo e de muita dedicação, responsabilidade e amor ao próximo”, Bárbara Casagrande.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação