O Veganismo não é apenas o simples desejo de não se alimentar de produtos de origem animal, mas sim, um estilo de vida ou filosofia que busca não só evitar o consumo de carne animal, mas extinguir qualquer forma de exploração animal, evitando o consumo de vestuário e demais produtos que para serem confeccionados dependam do abate de animais.
No meu entender, na definição de veganismo, diz- se: que é um estilo de vida que exclui, na medida do possível e do praticável, produtos de origem animal, termo que seria utilizado como subterfúgio para situações em que o vegano não teria a opção exclusiva de se alimentar de produtos de origem vegetal, pois vivemos num planeta carnívoro.
Como gestor ambiental, entendo que os veganos tradicionais, independente de sua radical filosofia, em muitos aspectos estão plenamente corretos em relação ao seu estilo de vida sustentável, baseados numa alimentação saudável, no combate ao abate desumano de animais e na busca de um meio ambiente mais equilibrado, mas infelizmente de outro lado, temos uma população mundial de quase 7,9 bilhões de seres humanos que precisam se alimentar para sobreviverem neste planeta, e a proteína animal ainda é a alternativa mais viável, onde estima-se uma produção mundial de carnes em 2021, na casa dos 340 milhões de toneladas.
Embora os dados apresentados pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura sobre a produção mundial de carnes e a Divisão de Estudos da População da Organização das Nações Unidas (World Population Clock) sobre a estimativa populacional em 2021, são questionáveis, pois o resultado indica um consumo per capta de 43 quilos de carne, ou seja, cada habitante de nosso planeta come 43 quilos de carne ao ano, o equivalente a cento e dezoito gramas de carne diariamente.
Para confundir e extrapolar um pouco mais os dados apresentados, incluiríamos o enorme desperdício de carne em seu manuseio, condições de armazenamento e transporte ineficazes, além de uma parte expressiva da população sem poder aquisitivo, onde o acesso a proteína animal se distancia a cada ano. Anomalias que trariam a impossibilidade de chegarmos a um resultado que condiz com a realidade mundial.
Voltando aos prós e contras, sabemos que o nosso corpo ao digerir as proteínas presentes nos alimentos, ele as decompõe em aminoácidos, que são os blocos de construção das proteínas, mais frequentes e completos na proteína animal do que na proteína vegetal, embora, em contrapartida, a proteína vegetal contém carboidratos, vitaminas e fibras, além de ser livre de gorduras prejudiciais à saúde.
Um mercado que cresce em torno de 40% ao ano no Brasil, comprovado em parte, pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), através do Selo Vegano, onde mais de 2.500 produtos de 100 marcas diferentes já foram certificados, englobando em sua quase totalidade, produtos alimentícios, mas também há produtos cosméticos e de higiene.
Mas como há uma brecha em toda norma ou certificação, a possibilidade de presença não intencional de resíduos de origem animal nos produtos, não é um fator que impede o produto de obter a certificação Selo Vegano, ou seja, há produtos que talvez não atendam as necessidades do vegano tradicional.
No Reino Unido, cerca de 33% dos vegetarianos (1,68 milhões de pessoas) se declararam veganos. Se adotarmos essa mesma porcentagem para a realidade brasileira, teríamos no Brasil aproximadamente 7 milhões de veganos, um número crescente e expressivo que nos leva a seguinte pergunta, SER OU NÃO SER VEGANO?