Variante P1 já responde por 90% das amostras em SP
A variante P.1 do novo coronavírus, primeiramente identificada em Manaus, já responde por 90% das amostras analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz no estado de São Paulo. Segundo um estudo divulgado hoje (28) pela Secretaria estadual da Saúde de São Paulo, dos 1.439 sequenciamentos genéticos realizados, 90% das amostras tinham prevalência da P.1. Essa é uma variante considerada de atenção em todo o mundo por poder ser mais transmissível ou provocar um quadro mais grave. O estudo também demonstrou que a prevalência dessa variante no estado quadruplicou em apenas três meses. Em janeiro, ela representava 20% dos sequenciamentos. Em fevereiro, a 40%. E no mês seguinte, já respondia por 80% das amostras analisadas. Essa variante está presente em todos os 17 departamentos de saúde do estado e só não é prevalente nas regiões de São José do Rio Preto e Presidente Prudente, onde a P.2 (que surgiu no Rio de Janeiro) é mais evidente.
►Butantan. Apesar de ainda não ter dado início aos testes em humanos, o Instituto Butantan anunciou ontem (28) o início da produção de uma nova vacina contra a covid-19, chamada ButanVac. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o primeiro lote produzido dessa vacina terá 1 milhão de doses. A previsão é que, até junho, sejam produzidas 18 milhões de doses dessa vacina. A vacina Butanvac será produzida na fábrica do Butantan onde são feitas anualmente as vacinas contra a gripe, produção que já foi finalizada este ano. A ButanVac será produzida integralmente no Brasil, sem necessidade de importar insumos para a produção. Atualmente, o Instituto Butantan já produz uma vacina contra a covid-19, a CoronaVac, que está sendo aplicada em todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A CoronaVac, no entanto, necessita da importação de matéria-prima da China.
►Digital. Especialistas que participaram, ontem (28), do Seminário Internacional de Proteção de Dados, avaliam como imprescindível para a disponibilização de serviços públicos de forma digital a credibilidade que o governo tem junto à população, no que se refere à forma como os dados do cidadão serão utilizados e armazenados pelo poder público. O seminário contou com a participação de autoridades de diversos países que se destacam na disponibilização de serviços por meio digital. De acordo com os organizadores, o debate é centrado no princípio de once only (apenas uma vez), segundo o qual a prestação de informações do cidadão ao governo ficaria centrada em apenas um canal, tornando desnecessários novos envios da mesma informação a outros órgãos governamentais.
►Censo. Em nota de desagravo, AMPPESP cita os prejuízos que o adiamento do Censo Demográfico trará ao desenvolvimento social e econômico. A nota pública endereçada ao Governo Federal visa destacar a importância da realização do estudo para que o poder público e a iniciativa privada possam planejar as suas ações em prol do desenvolvimento social e econômico. Este é o segundo ano consecutivo que o Brasil fica sem a realização deste levantamento, que é uma das principais ferramentas que os estados e municípios utilizam para o planejamento e ajustes das políticas públicas. Para o presidente da Associação de Municípios de Pequeno Porte do Estado de São Paulo (AMPPESP), Adinan Ortolan, o mapeamento estatístico amplia o conhecimento dos gestores a respeito da realidade e peculiaridades de cada região. “O Censo que ocorre desde a Roma Antiga é praticado no mundo todo a cada 10 anos. Atrasar um ano foi uma decisão equivocada, mas justificável diante da pandemia. Atrasar dois anos por problemas orçamentários é um crime contra o planejamento do futuro do país, principalmente por representar apenas 0,2% do orçamento da União”, destacou.