A morte do policial militar Cabo Tom comoveu Rio Claro no fim de março deste ano. Muito querido no município, Tom morreu no fim da tarde do dia 24 de março, em trecho da Rua 30 do bairro Jardim Paulista. Ele seguia de motocicleta para casa, após mais um dia de trabalho e no meio do trajeto foi surpreendido por um criminoso que tentava a roubar a caminhonete de uma mulher e, não obtendo êxito, abordou Tom no meio da rua. Ao reagir, Cabo Tom é atingido por disparos de arma de fogo e vai a óbito logo depois.
Segundo o boletim de ocorrência, Tom chegou a apontar a arma para o criminoso, desferiu um tiro, mas foi atingido antes. A teoria era a de que a arma de Tom teria travado no momento da ocorrência. Para esclarecer os fatos, a arma foi encaminhada ao Instituto de Criminalística IC – CP Núcleo de Americana – EPC Rio Claro. E o resultado do Laudo Pericial foi emitido no último dia 15 de abril, apontando os motivos pelos quais a arma de Tom não teria funcionado no momento.
Contrariando qualquer probabilidade, o Laudo Pericial, ao qual o Diário do Rio Claro teve acesso, mostra que “um projétil disparado por arma de fogo chocou-se contra a boca do cano e a parte anterior do ferrolho da pistola” do cabo Tom, ou seja, “um fragmento do projétil do criminoso adentrou o cano da pistola pela boca e chocou-se contra o projétil do cartucho que estava alojado na câmara do cano”.
Ainda, de acordo com o laudo, “devido ao choque, o fragmento de projétil acabou incrustado na cavidade do projétil do cartucho que estava alojado na câmara do cano da pistola. O cartucho alojado na câmara do cano e o ferrolho da pistola foram movidos à retaguarda, possivelmente, em virtude da energia a eles transferida pelo fragmento de projétil que adentrou pela boca do cano da arma”.
Com isso, “o deslocamento à retaguarda do cartucho deixou-o desalinhado em relação ao eixo longitudinal do cano da pistola. O formato do fragmento de projétil e o desalinhamento do cartucho, supracitados, impediram que o ferrolho reintroduzisse o cartucho na câmara do cano, causando o travamento da arma”.
Fotos que acompanham o laudo, deixam mais claro o que aconteceu com a arma portada por Tom, uma arma de fogo, usada, em bom estado de conservação, do tipo pistola, semiautomática, da marca GLOCK, do modelo G22 Gen5, de calibre nominal .40, desprovida de cão, de pino percutor embutido e de carga por carregador vertical (pente) com capacidade para 15 cartuchos. Observando as fotos é possível ver que a bala disparada pelo criminoso travou o cano da arma de Tom.
Por Vivian Guilherme / Fotos: Divulgação