Depois da denúncia de plagio da prova para o cargo de arquitetura e confirmação de seu cancelamento no site do Instituto Mais, responsável pela aplicação do teste, a vereadora Carol Gomes (PSDB) quer anulação de todo concurso público da prefeitura de Rio Claro.
Afirmação foi feita ao Centenário na tarde dessa terça-feira (28). “Vou fazer um requerimento formal, porque acredito que se uma prova teve a cópia, o plágio, o que dirá as outras”, questionou a parlamentar que apresentou a denúncia na sessão da Câmara dessa segunda-feira (27).
No plenário, a jovem afirmou que se tratam de questões idênticas. “Gostaria de um esclarecimento da secretaria de Administração e da prefeitura sobre a legalidade dessa prova, porque se tem nessa, queremos saber das outras provas. E também da legitimidade deste concurso público”, enfatizou.
Carol destacou que o requerimento já está pronto e deve entrar na Casa na próxima sessão. “A situação coloca em cheque a idoneidade do instituto. Então, vou pedir a anulação do concurso como um todo”, argumenta.
A tucana conta que questionou os motivos da não contratação da Vunesp. “Disseram que o instituto era sério. E não existindo nenhum precendente antes em Rio Claro, eu não pude julgar. Depois que aconteceu o concurso e apareceu esse problema, estou questionando a idoneidade da empresa. Estou propondo para a prefeitura cancelar o concurso e chamar a Vunesp. Acredito que deveria ser uma instituição com mais renome”, argumenta.
PREFEITURA
O secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura de Rio Claro, Rodrigo Ragghiante, disse à reportagem que o Instituto Mais já realizou outros concursos, inclusive da secretaria de Educação. “É um instituto que tem boa referência, fez provas do Tribunal de Contas e outros institutos de renome, todos com absoluto sucesso”, garante.
Questionado sobre o processo de contratação da empresa responsável pela aplicação das provas, o secretário destacou: “por se tratar de um instituto, uma fundação, é caso de dispensa de licitação. Então, não houve um processo licitatório por conta de ser fundação e a lei assim permitir. O próprio Tribunal de Contas contrata sem licitação. É uma coisa normal”, explica.
Ragghiante declarou ainda que a prefeitura não teve ônus nenhum com a realização do concurso. “Nós da prefeitura não temos nenhum custo com o instituto, pois ele é remunerado por meio das inscrições dos candidatos. Apesar de contratar sem licitação, o município não está pagando nenhum real”, esclarece.
Ele ressalta também que houve um problema, foi constatado e o instituto vai tomar providências. “Foi só a prova do cargo de arquiteto. Serão tomadas medidas, inclusive criminais, se identificar quem dos funcionários da fundação fez isso”, conta ao destacar que será lançado novo edital e os incritos não terão custo nenhum com a realização da nova prova, que terá data anunciada nos veículos oficiais em breve.
O secretário de Administração, Jean Scudeller, reiterou que a empresa foi acionada e já tomou as medidas cabíveis. Contou também que a secretaria de Administração não tem acesso às provas. “Até para não gerar desconfiança”, considera.
Sobre o pedido da vereadora Carol Gomes de cancelar o concurso, Scudeller finalizou: “é um direito do vereador. Se houver argumentos, vamos analisar e encaminhar ao instituto, mas acredito que não exista nenhuma irregularidade. Foi só para esse cargo que deu problema”.
Comunicado do Instituto Mais informa cancelamento de prova
Em nota oficial, o Instituto Mais de Gestão e Desenvolvimento Social, responsável pela realização das provas do concurso público, anunciou o cancelamento da prova para o cargo de arquiteto, apontado na denúncia.
“Visando resguardar a lisura e integridade do Concurso, o Instituto Mais, em conjunto com a Prefeitura Municipal de Rio Claro, decidiu pelo cancelamento da prova aplicada para o Cargo 305 – Arquiteto”, informa o site oficial ao destacar que o instituto “está tomando as providências cabíveis em relação à Banca Elaboradora”.
No comunicado, destaca ainda que os “demais cargos do concurso público terão prosseguimento normal em suas etapas, conforme cronograma previsto no edital 01/2018”.
O instituto frisa ainda não coadunar com a conduta de plágio e deixa claro que não foi constatada qualquer fraude na realização do concurso.