Lá se vão 34 dias de fase vermelha, fase emergencial e endurecimento de restrições em Rio Claro. Nesse período o número médio de pessoas internadas por dia subiu de 118 para 173 e recuou para 153. Não conseguimos desafogar os hospitais. Uma semana antes da fase vermelha, foram registradas 6 mortes, saltou para 30 e, então, recuou para 26: perdemos 4 vezes mais vidas na semana que passou do que antes da fase vermelha.
O número de casos ativos, aqueles que foram diagnosticados com a Covid-19 e que ainda estão com a doença, e, portanto, podem contagiar outro, era de 560, pouco antes da fase vermelha. O Boletim AntiCovid da Unesp RC de 05/03/2021 previu que com a taxa de transmissão Rt de 1,96, em alguns dias, Rio Claro alcançaria 1.120 casos ativos. No dia 27 de março, Rio Claro cravou 1.118 casos ativos, coincidindo com o início do endurecimento de restrições no município. Passados 13 dias, em 08 de abril, o número de casos ativos está mais próximo do pico de casos ativos com 959 casos. A taxa de transmissão Rt diminuiu, para 0,58. Assim, se o município mantiver o comportamento dessas duas semanas, tais como o distanciamento social, uso de máscara, higienização e outras adotadas nesta fase mais dura, haverá ainda 556 casos ativos.
Para comparação, no início da segunda onda em Rio Claro, no início de novembro passado, havia 60 casos ativos. Na quinta-feira (8), portanto, havia 16 vezes mais pessoas com potencial de contagiar outra do que no início desta segunda onda. É muita gente. Além disso, criamos a condição apenas para voltar ao início da fase vermelha em março. Nem mesmo conseguimos aliviar hospitalizações e mortes.
Relaxar as medidas de isolamento agora implicará em retomar a escalada da pandemia que se iniciou em março. Com os hospitais ainda sobrecarregados, a escalada poderá deixar doentes sem leitos ou sem insumos. Isto acontecendo, Rio Claro terá que decidir quem terá direito à atenção hospitalar.
Por Eduardo Kokubun – Unesp Rio Claro / Foto: Divulgação