Desejo de dez entre cada dez brasileiros, a compra da Casa Própria figura como Sonho Maior e, para facilitar a negociação, ninguém mais indicado que o Corretor de Imóveis!
De acordo com levantamento realizado pela reportagem do Diário do Rio Claro, o ofício existe no Brasil desde a Colonização, uma vez que com a chegada dos portugueses foi iniciada a corretagem como forma de expansão territorial e de progresso e, de lá para cá, muitos imóveis foram vendidos, comprados e alugados, entretanto, a oficialização da Arte de Corretar Imóveis foi sancionada em 27 de agosto de 1962, com a Lei nº 4.116.
Ainda que o dia da comemoração do Dia do Corretor de Imóveis seja 27 de agosto, em função do decreto do então Presidente do Senado Federal, Auro Soares Moura Andrade*, uma nova regulamentação foi obtida com a Lei nº 6.530**, de 12 de maio de 1978, permitindo o exercício da profissão ao Técnico em Transações Imobiliárias, incluindo também a atuação dos Conselhos Federal e Regionais.
Dalí em diante, ficou legalmente à cargo do Corretor de Imóveis exercer profissionalmente a intermediação na compra, venda, permuta e locação e opinar quanto à comercialização imobiliária. É isso aí! O Centenário parabeniza o profissional que coloca a mão na massa e trabalha duro no dia a dia para ajudar um setor que movimenta bilhões de reais!
*Filho do pecuarista Antônio Joaquim de Moura Andrade, popularmente conhecido como ‘O Rei do Gado’, o renomado advogado e político brasileiro Auro Soares de Moura Andrade nasceu no município de Barretos em uma abastada família de fazendeiros do Interior Paulista. Enquanto presidia o Senado Federal, Moura Andrade promulgou a Lei nº 4.116 – que discorre sobre o exercício da profissão às pessoas registradas nos Conselhos Regionais dos Corretores de Imóveis.
**O Decreto Nº 81.871, de 29 de junho de 1978, assinado pelo Presidente da República Ernesto Geisel, regulamentou profissão de Corretor de Imóveis cujo exercício em todo o Território Nacional passou a ser permitido ao possuidor do Título de Técnico em Transações Imobiliárias, inscrito no Conselho Regional de Corretores de Imóveis da jurisdição ou àqueles que, nos termos da Lei nº 4.116, de 27 de agosto de 1962, requeressem a revalidação de sua inscrição.
Rio Claro tem 651 corretores de imóveis
O Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) é um órgão criado em 1962 para fiscalizar o trabalho dos corretores e das imobiliárias.
Marcos Paulo Ferro, Creci 059309-F, da Imobiliária Máster, é o Delegado Sub-Regional do CRECI em Rio Claro. Esta Sub-Regional abrange, além de Rio Claro, mais 20 cidades (Aguaí, Águas da Prata, Analândia, Araras, Brotas, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí,
Engenheiro Coelho, Espírito Santo do Pinhal, Ipeúna, Iracemápolis, Leme, Pirassununga, Santa Cruz da Conceição, Santa Gertrudes, Santo Antônio do Jardim, São João da Boa Vista, Torrinha e Vargem Grande do Sul).
“O CRECI do Estado de São Paulo conta na atualidade com 188.800 corretores, sendo que em Rio Claro são 651 e na região da Sub-Delegacia Regional de Rio Claro o número é de 1.712”, conta Marcos Ferro.
A profissão de corretor de imóveis foi legalizada junto com surgimento do COFECI (Conselho Federal dos Corretores de Imoveis) e com os CRECIs, através da lei 4116/62. Para ser um corretor de imóveis é obrigatório que o interessado possua título de técnico em transações imobiliárias ou de diploma de curso superior sequencial e tecnológico de ciências imobiliárias/gestão de negócios imobiliários.
“Os Conselhos surgiram com a Lei 4116/62, com o objetivo de fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão, coibindo a atuação de pseudocorretores. A função principal do CRECI é justamente a de fiscalizar a profissão, garantindo que as transações imobiliárias sejam feitas com ética e respeito às partes envolvidas”, enfatiza Marcos Ferro.
Para o Delegado Sub-Regional do CRECI em Rio Claro, o corretor de imóveis é o profissional responsável pela intermediação da compra, venda ou locação de imóveis, podendo também opinar quanto à avaliação mercadológica.
“O corretor de imóveis é essencial para a aproximação das partes, sendo responsável pelo levantamento de todas as informações pertinentes ao negócio (documentação, idoneidade de compradores e vendedores, certidões do imóvel, financiamento, avaliações, etc.). Não há segurança no negócio sem a assessoria do corretor”, afirma Marcos.
Como se tornar um corretor de imóveis
1º Passo
Caso não tenha ainda nenhum dos cursos exigidos, deverá o interessado matricular-se numa instituição de ensino para realização de um dos cursos e a obtenção do respectivo diploma, não sem antes cuidar de verificar encontrar-se ela devidamente credenciada/autorizada, podendo, para isso, realizar uma consulta da seguinte forma:
A) para curso de técnico em transações imobiliárias “à distância” através do link Conselho Estadual de Educação;
B) para curso de técnico em transações imobiliárias “presencial” através da Diretoria de Ensino da jurisdição a que pertence a escola;
C) para curso superior sequencial e tecnológico de ciências imobiliárias/gestão de negócios imobiliários “à distância ou presencial” através do link Ministério de Educação e Cultura.
2° Passo:
Uma vez matriculado e na frequência do curso, caso neste seja definido a obrigação da realização de estágio cuja carga horária seja requisito para aprovação e obtenção do diploma, deverá o aluno requerer junto ao CRECISP o registro de estágio, o qual poderá ser realizado no site através do link “INSCRIÇÃO ESTAGIÁRIO”. Preencher todos os campos, imprimir e assinar os formulários de requerimento, inteirando-se também das demais informações sobre a documentação necessária e os boletos das taxas a serem pagas. Por fim, protocolizar o pedido em uma das Delegacias Sub-regionais ou Seccionais mais próximas do seu domicílio.
3° Passo:
Concluído o curso e obtido o respectivo diploma devidamente regularizado pela Secretaria Estadual de Educação através do registro no GDAE (Gestão Dinâmica da Administração Escolar), já poderá o interessado promover o pedido de registro de sua inscrição definitiva. Para isso, basta acessar no próprio site do CRECISP através do link INSCRIÇÃO PRINCIPAL, preencher, imprimir e assinar, juntar toda a documentação necessária (vide roteiro com instruções na mesma página) e o comprovante de pagamento da taxa administrativa.
Em seguida, deverá protocolizar o pedido na sede do Conselho ou na Delegacia Sub Regional/Seccional mais próxima do seu domicílio.
Antes de ser referendado pelo Plenário do Conselho, o processo de inscrição é submetido à análise de uma Comissão, que poderá antes de elaborar o seu parecer, solicitar informações ou documentos adicionais. Em condições normais, toda essa tramitação, desde o protocolo do requerimento até a solenidade de entrega da carteira profissional, leva em média 30 dias.
Fundada há quase quatro décadas, Associrc objetiva ajuda mútua
Formando em física pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Rio Claro, em 1977, e tendo iniciado pós-graduação em química nuclear pela Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, Vail Antônio Schio, 69 anos, por inúmeros e importantes motivos, não exerceu funções naquilo que havia se formado.
Optou, então, por uma outra carreira, que haveria de nortear sua vida: corretor de imóveis. Schio preside, desde 2003 – sendo reeleito
para o biênio 2018-2020 –, a Associação dos Corretores de Imóveis de Rio Claro (Associrc). Fundada em julho de 1980, portanto, há 38 anos, Schio relata que, à época, o objetivo era a união entre os corretores.
Fazer mais negócios, obter mais parcerias. Daí, de acordo com ele, foram surgindo ideias, como a realização de convênios, sendo que um dos primeiros foi com o Diário do Rio Claro por intermédio de bons descontos no tocante a anúncios. Posteriormente, um grande avanço aconteceu com relação à obtenção de convênio médico. Há, também, outras parcerias, como com faculdade, clínica odontológica e postos de combustíveis.
Conforme Schio, as ideias foram aparecendo naturalmente, assim como as oportunidades. Schio enfatiza que a Associação vive de recursos próprios, e não recebe verba alguma. “Uma Associação para sobreviver todo esse tempo, foi devido ao empenho de todos os diretores que pela entidade já passaram. Ótimas pessoas, ótimos profissionais”, destaca. O presidente relembra que pouco tempo após o início da fundação, já começou a integrá-la de modo intenso. “Não sou um sócio-fundador, mas logo no primeiro mês de fundação, como precisava de sócios, já me associei. Isso foi por volta de agosto de 1980”, relembra.
Schio afirma que, hoje, a Associação é uma ótima opção para os corretores e que todos deveriam se associar, tendo em vista os convênios e, especialmente, para que haja a união da classe. Proprietário da imobiliária que leva seu sobrenome, Schio afiança que a Associrc, para ele, é uma extensão de seu negócio. “Tenho a maior satisfação em estar à frente da Associação.
Não ganho nada para presidi-la. Muito pelo contrário: pago, inclusive, a mensalidade. Faço questão”, assevera. Hoje, conforme expôs ao Centenário, a entidade conta com 60 associados. No entanto, afirma que gostaria que esse número fosse maior. Com sede própria, hoje situada na Avenida 9, a Associação, nos próximos meses, atenderá em novo endereço, uma vez que se mudará para a Avenida 19, ruas 7 e 8, onde oferecerá uma estrutura maior e melhor aos associados. Schio conta que reuniões mensais são realizadas com o intuito de ajudar um ao outro, principalmente quando há algum problema com os associados.
Quanto a novos integrantes, Schio lastima o fato da procura ser pequena. Pensando nisso, já projeta uma divulgação maior com a finalidade de atrair novos corretores.
CENÁRIO
Com 40 anos de experiência como corretor, Schio pondera que o momento é de indefinição. “Está todo mundo esperando o resultado das eleições que estão por vir. Ninguém quer investir. Há, portanto, uma estagnação. Hoje, as vendas, sobretudo, estão difíceis, pois todo mundo está com o ‘pé atrás’”, expõe. Ele diz que aguarda o término das eleições para ter ciência quanto ao rumo a ser tomado.
Schio espera que haja uma melhora, independentemente de quem venha a assumir a presidência.
Tendo em vista a atual situação com referência ao mercado imobiliário, Schio diz que a Associrc é neutra neste aspecto, já que não há muito o que ser feito, porque vai além de seus limites. “Todavia, nossas reuniões mensais ajudam bastante, já que conversamos muito acerca de inúmeros assuntos relacionados ao nosso meio e também, claro, sobre os problemas que nos são impostos”, afiança. Conforme ele, a procura por negócios está pequena. Schio explica que, atualmente, a busca para a compra de imóvel é visando moradia, e não mais para fins de investimentos.
Apesar da atual retração, Vail afirma que a procura para ingressar na área continua sendo intensa. Segundo ele, todos os meses há novos corretores em Rio Claro.
CONTRIBUIÇÃO
Schio diz que no aspecto de contribuição para o mercado, a Associação apoia, em todos os sentidos, a prefeitura nos projetos dela. Em contrapartida, há também, por parte do Poder Executivo, um retorno positivo. Schio faz menção também ao auxílio de áreas que sejam interessantes para o programa “Minha casa, minha vida”, contribuindo, deste modo, para o desenvolvimento imobiliário da cidade. “Isso é benéfico para o corretor e também para o município.
São empreendimentos que agregam valor”, destaca Vail, que dá ênfase a algo que julga, também, como sendo de extrema importância: o pagamento de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) por parte das imobiliárias. De acordo com ele, são as melhores pagadoras deste imposto da cidade. “Isso é muito importante em diversos aspectos”, afirma.
CRESCIMENTO DO SETOR: O QUE É PRECISO?
“Estabilização é o essencial para que haja confiança quanto ao que será feito, como, por exemplo, um investimento a longo prazo. A estabilização é um fator primordial; o principal”, assevera. Vail diz confiar muito no mercado, mesmo porque, para ele, não há outro caminho. “É preciso realmente acreditar e seguir em frente”, garante.
CARREIRA
Àqueles que pretendem adentrar no mercado, Schio diz que é preciso ser uma pessoa correta e ética para que seja sempre elevado o nome da categoria. De acordo com ele, algo crucial, mas que, por vezes, acaba ficando em segundo plano, é o tratamento diferenciado e adequado para com o cliente. Para Vail, uma boa e franca conversa, mesmo em situações desfavoráveis, é sempre o melhor caminho.
O poder das mulheres no mercado
Elas são poderosas e amam os desafios que a profissão oferece. Cada uma utiliza a sua sensibilidade para se destacar no mercado imobiliário, fechar negócios e tornar realidade o desejo da casa própria e de um lar aconchegante para diversas famílias. Hoje, a homenagem do Diário do Rio Claro a todas as corretoras.
Claudia Galli – Cortez Imóveis
“Primeiro imóvel, família que aumenta ou que diminui, enfim, de certa forma participamos e ajudamos a construir um pedaço da história do cliente”
Claudia Galli atuou por muitos anos como proprietária de confecção e, há dois anos, decidiu mudar e o mercado imobiliário foi sua escolha. Diz amar os desafios que encontra a cada dia. “Quando o cliente não sabe o que procura, a mulher acaba tendo mais facilidade e consegue unir as informações e filtrar para encontrar o que realmente desejam”, diz.
Sobre comparações, ela ressalta que a intuição feminina sempre ajuda, mas se o profissional estiver bem preparado, não vai fazer diferença ser homem ou mulher.
Dayane Cecagno – Xavier Camargo Imobiliária
“Somos realizadores de sonhos. Convivo com momentos inesquecíveis de grandes conquistas” .Há cinco anos no mercado está Dayane Cecagno. Anos de conhecimento e atuação na área de vendas facilitaram sua entrada no segmento. “Somos detalhistas, sensitivas, criativas e cativantes. Todos os elementos ajudam a reconhecer o que realmente o cliente está buscando e, claro, conseguir atingir os objetivos”, destaca.
Sobre preconceitos, ela diz que ele teima em aparecer, porém, não abaixa a cabeça. “Nós, mulheres, temos mostrado que o espaço conquistado em todas as áreas é mais do que merecido”, afirma.
Elizabete Colagrai Weiss – Weiss Imobiliária
“Não existe satisfação mais gratificante do que realizar o sonho da casa própria”
Em destaque na profissão está também Elizabete Colagrai Weiss, que há três anos passou a se dedicar ao trabalho de corretora, mas a bagagem não é curta, pois está aliada ao esposo que atua no ramo com a imobiliária há 35 anos.
No dia a dia a mulher precisa ter muito jogo de cintura para administrar os conflitos que possam surgir e encontrar soluções. Ela também destaca a sensibilidade como uma poderosa aliada nestes momentos. “As mulheres têm mais facilidade para se integrar, compartilhar. Prestam atenção a mais detalhes, são intuitivas e muito sensitivas, características que melhoram seu desempenho na gestão de negócios”, analisa.
Independente do segmento, Elizabete frisa que a mulher já é reconhecida e, para ela, não há fatores negativos na atuação.
Vânia Maria Frizão – Vânia Maria Imóveis
“O retorno não tem preço quando conseguimos realizar o sonho de quem busca um lar”
A história de Vânia Maria no segmento imobiliário começou há 25 anos. Ao longo de sua trajetória, conquistou seu espaço e acredita competir com igualdade entre os profissionais do sexo masculino. “Cabe a cada um aprimorar suas capacidades e conhecimentos técnicos da profissão”, acredita.
A corretora destaca que a sensibilidade feminina contribui e muito no momento de fechar um negócio. “Esse fator nos torna mais perceptivas em relação às reais necessidades e aspirações dos clientes, o que nos faz mais assertivas para os resultados”, afirma.
Ao longo da carreira, busca se aprimorar e se diz feliz no trabalho que escolheu. “Não vejo fatores negativos quando emitimos respeito e dominamos o que nos cabe. Com isso, nossos clientes confiam em nosso trabalho”, destaca.
Compromisso e ética na profissão
Corretor de imóveis é o profissional encarregado de intermediar as negociações de compra, venda, locação e permuta de imóveis residenciais e comerciais. Sua missão é oferecer suporte ao cliente do início à conclusão da transação imobiliária, acompanhando e fornecendo todos os esclarecimentos necessários. Cuida dos detalhes burocráticos e jurídicos pertinentes ao processo, sendo essencial para esse tipo de operação.
Devido ao aquecimento imobiliário conquistado nos últimos anos, através de planos habitacionais implantados pelo governo e novas modalidades de financiamento, a carreira tornou-se mais atrativa. Além disso, a profissão se destaca por possibilitar horários flexíveis de trabalho, bons ganhos com as comissões e atuação de forma independente.
Para falar sobre o assunto, consultamos dois profissionais dessa área. O primeiro é Carlos Alberto Fernandes, advogado e corretor de imóveis, inscrito no CRECI sob número 31.467.
Para Carlos Alberto, o futuro para o corretor de imóveis local é promissor.
“Existem muitas construtoras na nossa cidade e também percebemos um empenho no atual governo municipal em retirar a área da oficina de trem que poderá abrir uma área para empreendimentos imobiliários futuros”.
O outro profissional é Cristiano Rodrigo Valério, CRECI 176.967-F, corretor na Imobiliária Camargo Imóveis, que também acredita no potencial de nossa cidade para o corretor ter sucesso.
“Considero a cidade de Rio Claro uma cidade de poder aquisitivo legal, pois tenho investidores parceiros que acreditam na melhora da economia, com ampla visão para os negócios que aqui ocorrem. Torço muito para que nos próximos meses essa visão da tal ‘crise’ saia da cabeça de todos e que possamos retomar os negócios, sempre realizando sonhos”, comenta Cristiano.
No caminho de valorização da mulher no trabalho, os dois profissionais afirmam que não há nenhum fator que possa favorecer o homem corretor na concorrência com as mulheres que atuam nesse setor.
“Não creio existir fatores que favoreçam ao homem ou à mulher devido ao fato de ser um serviço que exige compromisso e competência. Afinal, a corretora ou o corretor são profissionais com conhecimento técnico e pessoal desde que inscritos no CRECI para exercer a intermediação”, afirma Carlos Alberto.
“Não existem fatores que favoreçam os homens com relação às mulheres e, sim, existe o comprometimento e desejo de realizar o sonho
dos clientes, que acabam se tornando amigos. Somente a falta de comprometimento pode favorecer um profissional ou outro, independente de sexo”, confirma Cristiano.
Para um corretor de imóveis, o fechamento de um negócio é sempre um momento especial.
“Eu creio que o maior momento de realização de um corretor de imóveis é conseguir a assinatura de duas pessoas distintas que são o comprador e o vendedor ou, ainda, o locatário e o locador, em um negócio onde o intermediário faz esta união de duas ou mais vontades distintas de forma digna e legal. Tenho muito orgulhoso de ver estes clientes voltando a me procurar porque se sentiram satisfeitos.
Negociar imóveis possibilita fazer um acordo de vontades opostas visando um denominador comum que deve ser justo para ambas partes contratantes. Conseguir unir as pessoas num contrato bilateral, visando a satisfação de ambos, sem prejudicar ninguém, é uma arte e um importante serviço prestado na nossa sociedade brasileira. Aproveito para parabenizar aos colegas corretores de imóveis e esta reportagem”, finalizou Carlos Alberto.
“Tornar o sonho do cliente (casa própria) realidade! A satisfação é imensurável”, diz Cristiano.
Décadas dedicadas à corretagem
Experiência é o que Sérgio Pezzotti Mendes, 67 anos, e Duvílio Luiz Marcasso, de 68 anos, têm de sobra. Com mais de quatro décadas dedicadas à corretagem de imóveis, ambos são referência no município e conversaram com o Diário do Rio Claro sobre o mercado imobiliário e as mudanças registradas na profissão ao longo dos anos.
Sergio Roberto Pezzotti Mendes, de 67 anos, conta que iniciou na profissão em 1964, com seu pai José Mendes, tendo sua minha inscrição
no CRECI em 4 de setembro de 1980. Sobre a diferença profissional entre os corretores de hoje e de quando deu início na profissão, Mendes lembra que, atualmente, o CRECI se preocupa com a formação profissional com diversos cursos, tanto para a habilitação, como para avaliação, e cursos de aperfeiçoamentos. “Antigamente, o trabalho era executado de forma mais informal”, lembra.
Experiente no mercado, Mendes acredita que mesmo com a globalização, a experiência conta muito, mas diz ser sempre necessário estar se atualizando com as regras do mercado imobiliário. Questionado sobre qual o papel do corretor de imóveis, Mendes afirma que a função principal “é sempre fazer o melhor para as parte envolvidas, baseada na honestidade, e com a cobertura de orientação dentro da legislação vigente, cujo Código Civil atual traz em seu bojo leis específicas aos corretores de imóveis”.
Duvílio Luiz Marcasso iniciou como corretor em 28 de março de 1974. Sobre a diferença em ser corretor nos anos 70 e atualmente,
Marcasso ressalta o papel do CRECI, que está mais atuante. “Com os relevantes serviços prestados pelo presidente do CRECI, José Augusto Viana Neto, deu um novo visual à profissão de corretor de imóveis, promovendo palestras, congresso de corretores, TV, jornal, assessorando a classe imobiliária, sendo que, há cerca de mais ou menos 20 anos, o corretor não tinha esses benefícios”, conta.
Sobre o papel do corretor, Marcasso lembra que são múltiplas funções, assessorando o comprador do início ao fim. “Requerendo todas as certidões necessárias na venda, permuta, locação, cartório de notas, referente à lavratura da escritura, cartório de registro de imóveis procedendo a inclusão do nome do comprador no carnê IPTU, Elektro, Daae, assim como endereço de entrega, orientando sempre vendedor e comprador para que o negócio seja bom para as duas partes”, aponta o corretor, que vê seu ofício ser passado de pai para filho, já que seu filho, Rodrigo Marcasso, está trilhando os passos do pai.
Juventude aliada a muita eficácia
A despeito do atual momento, não muito favorável para o mercado imobiliário, o ramo continua sendo bastante atrativo para os mais jovens. Milhares ainda têm interesse em tornar-se um corretor de imóveis. O Diário do Rio Claro conversou com alguns jovens que já estão atuando na área e, ao Centenário, explanaram acerca da profissão que escolheram seguir.
Karen Machado, 33 anos, atua na Rino Imóveis. Para ela, a sensibilidade feminina é algo que lhe auxilia no seu ofício. De acordo com Karen, mulheres costumam ser bastante intuitivas, práticas e até maternais, buscando a solução com relação às situações. “O atendimento
feminino deve ser extremamente profissional e de qualidade”, afirma a profissional.
Acerca da sensação de fechar um negócio e ter a percepção que se colaborou para que um sonho fosse realizado, Karen afiança que a sensação é de dever cumprido, de ter feito parte, mesmo que indiretamente, de uma realização.
No tocante à escolha da profissão, discorre que, apesar de possuir formação superior em outro segmento, sempre gostou muito de vendas e a vida, naturalmente, a conduziu à área comercial. Em relação à expectativa quanto ao crescimento na carreira, diz que sempre há possibilidade.
Indagada sobre como superar a experiência de quem atua há mais tempo na carreira para fechar uma venda, Karen destaca que é preciso muito mais do que apenas experiência. “É preciso ser eficiente, rápido, proativo”, pondera. Em se tratando de futuro, Karen garante que pretende seguir na carreira, construindo uma base sólida, sem pressa.
Por fim, perguntada sobre como incentivar os jovens valores nos dias de hoje contra antigos preconceitos, como a exigência de experiência na profissão, Karen crê que a necessidade da experiência seja algo subjetivo. “Para ser um bom corretor, experiência não é quesito. É necessário o perfil”, finaliza.
Luigi Pecini, aos 28 anos, atua na Pecini Imobiliária. Questionado a respeito de Rio Claro apresentar projetos que possam favorecer a relação entre ofertas e procuras no ramo, Pecini afirma que um empreendimento imobiliário, entre outros fatores, é desenvolvido após
estudos de mercado rigorosamente estruturados, concluindo se existe demanda para determinado perfil de produto.
Perguntado sobre quais fatores favorecem o homem corretor na concorrência com as mulheres que atuam no setor, Pecini afiança que o sucesso não está intrinsecamente relacionado ao gênero, mas sim ao desempenho e determinação.
O corretor enfatiza que a profissão que escolheu para seguir lhe proporciona momentos de rara felicidade. “No momento em que seu cliente estampa um sorriso ao realizar o maior sonho de sua vida quando adquire seu imóvel, é cativante e prazeroso”, conta. Acerca do fato que o levou a optar pelo ramo imobiliário, Pecini relata que teve influências diretas e indiretas em sua vida para seguir a profissão pelo fato de seu avô, Arnaldo Pecini, e seu pai, Luiz Pecini, terem criado e sucedido a Pecini Imobiliária com tanta paixão e determinação.
Com relação ao futuro, diz que não o planeja para os próximos dez anos, mas sim para os próximos 20, 40, 50.
Sobre os antigos preconceitos, como a exigência de experiência na profissão, Pecini destaca que ninguém começa com experiência. Para ele, o mais importante de tudo é dar a oportunidade para os mais jovens no ramo adquirirem essa experiência.
Marcela Cortez, aos 24 anos, exerce suas funções na Cortez Imóveis. Ela assevera que a sensibilidade feminina é, sim, importante em sua vida profissional. “A mulher, como é sabido, possui uma sensibilidade exacerbada em relação ao homem”, destaca a jovem. Quanto a
possíveis fatores negativos por ser mulher atuando no ramo imobiliário, diz que, apesar da evolução da mulher no mercado de trabalho, ainda restam resquícios de “machismos”.
Sobre o fato de ter optado por seguir carreira como corretora, relembra o seu bisavó, Francisco Guilhermon Cortez, que era corretor de imóveis em uma época em que a profissão não era regulamentada.
Marcela relata ainda que quando se formou em publicidade e propaganda, começou a trabalhar na Cortez Imóveis como publicitária. Todavia, com o decorrer do tempo, afirma que surgiu um imenso interesse em também exercer a profissão de corretora.
Para o futuro, diz que a corretora da qual faz parte está em franco crescimento no mercado imobiliário. “Assim, a minha colaboração para o crescimento da empresa também me fará engrandecer na carreira de corretora de imóveis. Espero estar estabelecida como uma executiva de sucesso”, vislumbra.
Tendo em vista antigos preconceitos e a exigida experiência na profissão, Marcela diz que “ser jovem na idade e na profissão não significa que você não seja um bom profissional”. “Precisamos entender muito bem do mercado, do produto ou serviço”, conclui.