A situação da pandemia se agrava a cada dia no Brasil e Rio Claro também tem números preocupantes. Na quarta-feira (24) o município teve novo recorde no número de pessoas internadas em UTI (81 pessoas) e a quantidade de vítimas fatais da doença vem aumentando. O país enfrenta o mês mais letal desde o início da pandemia e, no município, 25% das 276 mortes registradas se deram neste mês que ainda sequer terminou. Diante deste cenário, há risco iminente de colapso nos sistemas de saúde público e privado e a administração municipal trabalha para reforçar sua estrutura de saúde e oferecer o melhor atendimento à população. Porém, é fundamental que a comunidade também esteja engajada em contribuir para preservar sua saúde e a de quem está ao redor.
“O trabalho é contínuo e uma série de ações vem sendo desenvolvidas para ampliarmos nossa estrutura de atendimento, e melhorarmos a qualidade do serviço”, destaca o prefeito Gustavo Perissinotto. Em vídeo divulgado na terça-feira nas redes sociais, o prefeito observou que uma das medidas adotadas recentemente já vem dando resultados positivos. “A fim de promover um escape ao atual estrangulamento de nossas unidades de urgência e atendimento à Covid, determinamos que as unidades básicas de saúde e unidades de saúde da família atendam também demandas espontâneas relativas a casos leves que cheguem a estes serviços”, observou o prefeito. A partir desta determinação o município já registrou queda de 25% no número de pessoas atendidas nas unidades de urgência, o que também gerou queda no tempo de espera.
Desde o início desta administração foram abertos 20 novos leitos no Hospital do Cervezão, onde são atendidos os casos moderados e graves de Covid-19, e até o fim deste mês a unidade terá ainda mais 10 leitos. Na Santa Casa, em parceria com o governo estadual, foi realizada ampliação de 80% dos leitos de UTI, subindo de 10 para 18 leitos na unidade de terapia intensiva voltada aos atendimentos de Covid.
“Nada disso será suficiente se a população não entender que se não adotar as medidas preventivas a situação irá se agravar, até porque a variante P1 tem maior capacidade de transmissão e nos impõe, a todos, um risco maior”, ressalta Giulia Puttomatti, secretária de saúde. “É fundamental que cada um seja responsável e siga rigorosamente as medidas de prevenção, que incluem, principalmente o distanciamento social. As festas podem ficar para depois, agora o mais importante é que nos mantenhamos vivos e saudáveis”, acrescenta a secretária.
Um dos desafios deste momento é suprir a demanda de profissionais. A Secretaria de Saúde assinou convênio com a Santa Casa para atuação de mais profissionais médicos na linha de frente de combate à Covid nos serviços públicos municipais. Também está sendo providenciada a contratação de mais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem por meio de concurso público e pregão eletrônico. Além destes profissionais, fisioterapeutas estão sendo contratados para atuarem na ventilação não invasiva, que é o procedimento que pode prevenir a intubação do paciente.
Dado o novo quadro clínico da doença, que acarreta complicações renais nos pacientes, foram incorporados no hospital do Cervezão o uso de equipamentos e técnicos para a realização de hemodiálises.
A Secretaria Municipal de Saúde também trabalha na revisão dos critérios de abastecimento de oxigênio dos equipamentos de saúde, visando não correr riscos de interrupção no seu fornecimento. Está em estudo medida para incorporação de usinas de oxigênio à rede, priorizando os equipamentos dedicados ao tratamento da Covid. Além disso, o município está providenciando a aquisição de mais respiradores, bombas de infusão, kits de intubação, sedativos, analgésicos e bloqueadores. Também estão sendo revistos os estoques e provisionamento de equipamentos de proteção pessoal, incluindo máscaras, luvas, aventais, macacões e escudos faciais.
“Reforçamos o apelo para que as pessoas se cuidem, e para isso é necessário manter o distanciamento social, usar a máscara corretamente e higienizar frequentemente as mãos”, frisa o prefeito Gustavo.
No caso de suspeita ou confirmação de diagnóstico de Covid, o paciente não deve se automedicar. O indicado é que o paciente procure atendimento médico em uma unidade básica de saúde ou unidade de saúde da família, se apresentar sintomas leves, como dor de garganta, tosse, dor no corpo, náuseas, perda de apetite, perda do olfato ou paladar. O atendimento no hospital do Cervezão deve ser buscado em casos de manifestações clínicas que podem representar Covid grave, destacando: falta de ar, respiração rápida (mais que 30 movimentos respiratórios por minuto), saturação de oxigênio menor que 94% ou febre persistente (por três dias ou mais).
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