A esperança era que em 2021 a situação fosse estabilizar e impactar na retomada, mas os setores se depararam novamente com a fase vermelha que impossibilita a abertura de estabelecimentos de diversos ramos. Por um lado, há quem seja favorável, porém há quem sente na pele a paralisação, lamenta e se preocupa. “Tá complicado, está difícil, sim, mas não tem como fechar os negócios, a gente tem conta para pagar, o aluguel. Eu trabalho aqui na loja, não entra um monte de gente aqui, entra um e outro, quando entra, é muito raro quando tem 3 pessoas ao mesmo tempo. Faz um ano que estou trabalhando e não me contaminei com Covid. É difícil, porque tem aluguel alto para pagar, energia, internet, essas coisas não param de vir, são contas fixas. Mas você vai na padaria tem fila, vai no supermercado tem fila, no açougue, para passar no caixa, muito mais pessoas do que em lojas. Por isso os lojistas ficam revoltados, tem muito mais gente em supermercados do que dentro de uma loja”, desabafou uma comerciante quem tem loja no Jardim das Palmeiras.
Comerciantes apontam dificuldades em negociação durante o período em que as portas ficarão fechadas. “Eu pensei até em entregar o ponto e recorrer a outra alternativa, os gastos são altos e, sem vender, como fazemos”, questiona o dono de um comércio no centro da cidade.
Além de manter os funcionários. “Tá muito difícil manter os salários”, destacou o proprietário de um estabelecimento do ramo alimentício que segue trabalhando, porém apenas pelo delivery o que reduziu as vendas.
São inúmeros os relatos de preocupações tanto pelos negócios, quanto para a saúde. “Está complicado, sim, muitos casos e ficamos preocupados, as pessoas precisam se conscientizar dos cuidados, caso contrário uns terão trabalho, outros não”, avalia um comerciante.
Na quinta-feira (11), o governador do estado de São Paulo anunciou a fase emergencial do Plano São Paulo de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, que estabelece medidas mais duras de restrição de algumas atividades entre os dias 15 e 30 de março, inclusive parte daquelas classificadas como essenciais.
MANIFESTAÇÃO
Como forma de se manifestar, os empresários da Associação Rio-clarense de Bares e Restaurantes (Ariobar) realizam carreata em prol do comércio e da saúde pública na próxima terça-feira (16), a partir das 10 horas, com saída do Jardim Público, na Avenida 3, em frente à Prefeitura Municipal.
ACIRC: “Comércio não é o vilão e centenas de lojas já fecharam as portas na cidade”
O fechamento do comércio acarreta vários fatores negativos para quem depende dele para o sustento da família. Embora preservar vidas esteja acima de tudo, a avaliação da maioria é de que outros comportamentos possam estar levando ao aumento de casos. “Reza a lenda, que contra fatos não há argumentos, é assim que estamos pensando. Se não há leitos de UTI e nem Leitos Clínicos à disposição da população, a única forma é a prevenção. Já falamos várias vezes que o comércio não é responsável pela contaminação das pessoas, e, sim, as aglomerações em eventos não autorizados”, observa o Presidente da Acirc Antonio Carlos Beltrame.
Ele destaca que, infelizmente, muitos precisaram encerrar suas atividades. “Com relação ao Comércio Varejista, sabe-se que centenas de lojas já fecharam as portas em nossa cidade. Junto com as lojas fechadas, vão os empregos, diminui-se a renda e a economia como um todo é prejudicada”, analisa.
A ACIRC está à disposição de todos os empresários da cidade na orientação para busca de soluções. “Sentimos muito e até não concordamos com o fechamento das lojas, mas há de convir que neste momento devemos preservar vidas. Pedimos aos consumidores que continuem comprando no comércio local através das redes sociais, por telefone e outros meios que as lojas disponibilizaram. Pedimos também, que continuem com os protocolos de segurança sanitária, é muito importante”, salienta Beltrame.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação