Os três partidos mais relevantes do país, foram os que mais perderam com a distribuição do fundo de recursos públicos, criado para compensar a proibição de doações empresariais.
Somadas as perdas dos três, o valor alcança a soma de R$ 382,6 milhões arrecadados a menos em comparação com o ano de 2014. De cada R$ 100 arrecadados pelos tucanos em 2014, em 2018 deixarão de arrecadar R$ 42,3 milhões, os emedebistas ficarão com R$ 37,9 milhões a menos e os petistas deixarão de arrecadar R$ 23 milhões em relação a 2014.
Sete meses após a sanção da chamada minirreforma eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou na semana passada o rateio do recém-criado fundo eleitoral, também conhecido como fundão. Ao todo, serão distribuídos mais de R$ 1,7 bilhão entre os 35 partidos que se submeterão às urnas em 2018. Das 32 siglas que participaram das últimas eleições gerais, 22 terão mais dinheiro em caixa para gastar até outubro. Os valores citados pelo levantamento foram corrigidos pela inflação do período e não incluem os repasses feitos diretamente aos candidatos.
Os três principais partidos, MDB, PT e PSDB, mesmo com a queda na arrecadação, ainda continuam a ser aqueles que mais receberão verbas para gastar. Somados, abocanharão R$ 632 milhões para cobrir despesas eleitorais de todos os seus candidatos (presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. Na prática, os três, de cada R$ 100 milhões distribuídos pelo fundo, ficarão com R$ 37 milhões.
Assim sendo, os restantes R$ 1,07 bilhão serão divididos entre os outros 32 partidos.
Entre as siglas médias, o PDT, de Ciro Gomes, é a que viu sua situação melhorar de maneira mais acentuada. O fundo prevê para os pedetistas R$ 61,4 milhões, quase nove vezes mais que os R$ 7,2 milhões da disputa passada.
Mas é o Psol, do presidenciável Guilherme Boulos, que teve o salto mais expressivo entre as legendas com assento no Congresso. Sem histórico de receber doações de empresas, o partido amealhou apenas R$ 834,5 mil em 2014. Com o fundo eleitoral deste ano, o Psol já larga com R$ 21,2 milhões em caixa, 25 vezes mais. O PSL, de Jair Bolsonaro, também está entre os que tiveram suas receitas elevadas, mas em proporção mais modesta. Saltou de R$ 3,6 milhões, há quatro anos, para R$ 9 milhões em 2018.
PT
Para a presidente do diretório do PT em Rio Claro, Olga Salomão, o partido está buscando preparar a militância para a campanha eleitoral desse ano.
“O PT sempre teve como forma de arrecadação atividades coletivas. Esta é a primeira eleição nacional sem financiamento empresarial. E acredito que todos terão que ir se adequando a esta realidade”, explica Olga Salomão.
E ainda reafirma a convicção partidária no financiamento público de campanha.
“O PT sempre defendeu financiamento público como forma de combate à corrupção e a democratização do processo eleitoral. Portanto estamos preparando a militância para esta campanha”, finaliza a presidente do diretório do PT em Rio Claro.
MDB
Maria do Carmo Guilherme, que se candidata ao legislativo estadual explica que para ela, mulher, a arrecadação não diminuirá.
“O DEM, o PR, o PP, o PRB e o partido Solidariedade entraram na justiça para não repassar o fundo partidário às mulheres nessa eleição. O MDB não entrará na justiça e a divisão será coordenada pelo diretório nacional, que enviará os valores diretos para as contas dos candidatos e candidatas. Os deputados federais já consideram um valor de R$ 1,5 milhão, para os senadores R$ 2 milhões. Para os deputados e deputadas estaduais ainda não ficou definido valores. Para as mulheres a definição será tomada na segunda-feira (25), as estratégias e também como será definido isso, mas queremos que tudo venha direto do diretório nacional para as contas das mulheres”, explica Do Carmo.
“Essa é uma forma de valorização da mulher para esse ano. Nós temos que aumentar a representatividade das mulheres nas próximas eleições”, finalizou Maria do Carmo.