Desde o dia 1º de fevereiro, o professor titular pelo Departamento de Física da Unesp Rio Claro Edson Denis Leonel assumiu as atividades como diretor do Instituto de Geociências e Ciências Exatas – IGCE. Com mandato de quatro anos, a diretoria é composta também pela vice-diretora Elíris Cristina Rizziolli, docente do Departamento de Matemática.
O professor Edson Denis Leonel conversou com a reportagem do Diário do Rio Claro, quando falou sobre os desafios, projetos e enfrentamento da pandemia na Unesp Rio Claro. Confira:
Diário do Rio Claro: Quais os desafios para a diretoria nesta gestão?
Edson Denis Leonel: Vários são os desafios da gestão. O primeiro deles é a implementação do retorno das atividades presenciais, ou com boa possibilidade, de forma híbrida. Para isso estamos seguindo protocolo de retomada das atividades que foi desenvolvido pela equipe da Unesp, seguindo o plano de retomada das atividades do estado de São Paulo. Chegamos a ter 35% de atividades administrativas e operacionais já em funcionamento, na implementação da retomada. Entretanto o recuo da classificação da distrital de Piracicaba para a fases mais restritivas (fases laranja e vermelha) interrompeu o processo de retomada. As aulas e atividades didáticas continuam todas sendo desenvolvidas de forma remota na graduação e na pós-graduação. As defesas de dissertação de mestrado e teses de doutorado estão sendo realizadas de forma remota utilizando aplicativos de reuniões virtuais. O mesmo ocorre com as defesas dos Trabalhos de Conclusão de Curso. Isso deu flexibilidade para as bancas nas defesas e, após o período de adaptação, tem permitido que o impacto causado pelo distanciamento social na formação acadêmica dos estudantes seja minimizado.
Outro ponto que deve ser destacado é a recomposição da equipe de servidores docentes e não docentes. Na Unesp, de um modo geral, as contratações de servidores não ocorrem desde o ano de 2014, perfazendo assim 7 anos. É uma lacuna grande e causa uma redução na equipe de trabalho das seções, departamentos e laboratórios. A nossa expectativa é que ocorra a retomada das contratações logo no ano de 2022, o que permitirá um alívio na sobrecarga de atividades que tem sido registrada nas seções e departamentos.
Por fim, um desafio importante é a manutenção do bem estar emocional dos docentes, servidores técnicos e discentes o que permitirá uma boa utilização do tempo do servidor e seu melhor aproveitamento na jornada de trabalho. Diversas atividades tem sido planejadas e algumas já em execução prezando pela boa saúde mental da comunidade acadêmica.
Diário do Rio Claro: Como vê a Unesp Rio Claro no futuro?
Edson Denis Leonel: A Unesp em Rio Claro é formada por duas unidades, sendo o Instituto de Geociências e Ciências Exatas – IGCE e o Instituto de Biociências – IB. É um câmpus que foi criado pelo Governo do Estado de São Paulo no ano de 1958 e que completou 62 anos em 2020. A pandemia da Covid-19 trouxe uma nova forma de postura pessoal, o que implica em distanciamento social e em medidas mais rigorosas de higiene e controle sanitário. Isso exigiu que a Unesp se adaptasse a esse novo formato. O IGCE tem desenvolvido todas as atividades que desenvolvia antes da Pandemia, a maior parte delas sendo realizada de forma remota, incluindo aulas, atendimento aos alunos de graduação com informações e procedimentos de matrícula, atendimento aos estudantes com vulnerabilidade sócio-econômica, acompanhamento dos trabalhos de pós-graduação e muito mais. Algumas atividades não puderam ser desenvolvidas remotamente, pois envolvem equipamentos em laboratórios e medidas e tratamentos específicos. Nesses casos, parte das pesquisas que são consideradas de longa duração ou aquelas em que as interrupções implicariam em perdas significativas, tem tido continuidade e seus resultados tem permitido significativos avanços científicos e tecnológicos. Esse novo cenário deve estar cada dia mais presente nas atividades desenvolvidas na Unesp, logo uma universidade moderna, antenada nas tecnologias atuais, flexível em sua jornada e, ao mesmo tempo, competitiva nacional e internacionalmente e, sobretudo, oferecendo uma excelente formação acadêmica para os estudantes.
Diário do Rio Claro: Durante a pandemia, a Unesp continuou funcionando? Como estão as aulas? Elas estão acontecendo de forma remota?
Edson Denis Leonel: A primeira medida tomada no início da pandemia da Covid-19 foi a suspensão imediata das atividades presenciais. Houve um pequeno intervalo de tempo para adaptação e reorganização das atividades diversas. As aulas foram então retomadas, todas, de forma remota. Os docentes ministram aulas síncronas com suas turmas, tem também a flexibilidade de gravarem as aulas e disponibilizarem o endereço da mesma para que os estudantes possam assistir ao longo de sua jornada diária. Os atendimentos das seções foram mantidos todos de forma remota.
Diário do Rio Claro: No pós-pandemia, acredita que o modelo híbrido tende a ser adotado pela instituição?
Edson Denis Leonel: Com a chegada das vacinas e com o início da redução dos casos de internação e óbitos causados pelo novo coronavírus pode-se pensar e planejar o retorno das atividades presenciais. Durante um tempo ainda existirão restrições sanitárias que exigirão adequações nas atividades. O modelo híbrido pode ser implementado durante a interface da retomada. Algumas atividades como trabalhos de campo e aulas fora da sede, essas sim exigem a presença dos estudantes e só serão retomadas quando as condições sanitárias e epidemiológicas permitirem.
Diário do Rio Claro: Na sua opinião, a pandemia trouxe um novo olhar para o pesquisador?
Edson Denis Leonel: A pandemia trouxe sim uma nova forma de se olhar as coisas, não apenas para o pesquisador, mas para toda a humanidade. O estilo de vida frenético e acelerado que prevalecia antes da pandemia exigiu adaptações da humanidade, particularmente valorizando e respeitando individualidade de cada ser. Como os indivíduos aprendem a cada dia, a pandemia da covid-19 veio para nos ensinar muitas coisas. Após o término da pandemia, avalio que a humanidade será muito melhor do que antes.
Por Vivian Guilherme / Foto: Divulgação