Há muito tempo que este espaço vem ressaltando a importante e preocupante escassez de líderes que a sociedade e as empresas, em particular, vêm enfrentando.
Após 2020, como sabemos, o mundo não será o mesmo sob vários aspectos, a forma de viver sofreu e vem sofrendo profundas transformações. Com as empresas as mudanças são, de igual modo, inexoráveis.
Coma a capacidade produtiva ainda sofrendo os efeitos do covid19, as organizações estão buscando alternativas para contornar as dificuldades e de alguma forma adaptando-se à nova realidade.
Se “quando tudo estava bem”, a liderança era importante, agora ela se tornou um fator estratégico fundamental para as empresas em seus vários aspectos: operacionais, estruturais e organizacionais.
O vírus trouxe com ele um aprendizado fundamental para todas as organizações; a de que um cenário por mais estável que possa parecer, pode mudar bruscamente. E isso acontece sem nenhum aviso prévio.
O que antes parecia ser apenas uma retórica, perdida entre tantos “fundamentos” pregados por consultores e especialistas organizacionais, aconteceu de fato e mudou a vida de muita gente e, infelizmente, para alguns interrompeu de vez a continuidade dos negócios.
No Brasil sempre tivemos “aquele pensamento” de que as coisas ruins só acontecem para o outro, de que somos imunes às catástrofes que o resto do mundo enfrenta. De fato sempre fomos meio acomodados.
Pois bem, tudo isso mudou e atingiu o pequeno, o médio e o grande empresário. Com raríssimas exceções não poupou ninguém. Deixou claro que não estamos preparados e não nos preparamos para enfrentar nenhuma possibilidade de mudança que venha a acontecer de modo mais agudo.
Faltam, num contexto amplo, líderes que de fato assumam o controle da situação e tenham a frieza e a consciência que o enfrentamento de crise requer conhecimento, relacionamento e assertividade.
Deste aprendizado, resta saber se iremos para a prática. É necessário investimento em treinamento e capacitação continuada de líderes, o que pode parecer utópico neste momento.
Precisamos de líderes capazes, profissionais preparados para o enfrentamento de situações adversas e que promovam a tranquilidade ao time, ao invés de alarmistas que incitam o pânico ou de desinteressados que agem como se nada estivesse acontecendo.
Liderança não é cargo, é antes de tudo é uma função vocacionada e, que, portanto, requer atitudes responsáveis para determinar, acompanhar e contribuir para que os resultados sejam melhores e desenvolvidos continuamente.
Liderança não é função do sabido – aquele que não aplica o que aprendeu e que não aprendeu o que aplica. Liderança é uma função do sábio – aquele que busca incessantemente aplicar o que aprende e que tem a necessidade de aprender para aplicar o aprendizado.
Líder é um profissional que incentiva atitudes responsáveis, éticas e positivas das pessoas e, ao mesmo tempo, que não depende de ninguém que faça isso para ele, ou por ele.
Queira ou não, aceite ou não, as empresas e seus “responsáveis” precisam entender de uma vez por todas que sem uma liderança ativa, transparente em suas ações, que valoriza seus liderados, sábios em seu agir, ficarão à mercê dos ventos do acaso.
Se não for assim, o aprendizado não será válido para a aplicação prática.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
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