O Centenário ouviu pessoas de alguns segmentos que analisaram a candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, que lidera pesquisa Ibope divulgada nessa terça-feira (21), e a possibilidade de transferência de votos para seu vice, Fernando Haddad, e a possibilidade de vitória do candidato do PLS, Jair Bolsonaro.
Para Renata Fonseca, diretora da escola Supera, o registro de candidatura do petista nem deveria ter sido aceito pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). “É de conhecimento da maioria da população e, principalmente de todos os servidores de Brasília, a condenação em segunda instância do senhor Lula. A manobra feita pelo PT para conseguir o registro da candidatura, para mim, é uma vergonha. Ficha limpa deve ser limpa mesmo. Como um cidadão preso, condenado, ‘ficha suja’, consegue aprovação para registrar sua candidatura?”, questiona.
O estudante de direito, Rafael Fernando Goes, analisa a candidatura como inviável, já que a lei da Ficha Limpa prevê impugnação mesmo antes da decisão transitada em julgado. “A lei Ficha Limpa discorre sobre a impossibilidade de candidatos que tiveram condenação criminal a partir da segunda instância – mesmo que não tenha transitado em julgado – de obterem sua candidatura registrada, diferente da antiga lei que previa a inelegibilidade apenas para candidatos sob condenação definitiva”, diz.
A sensação é a mesma do padre Otto Dana, que acredita que somente se houver intervenção internacional para permitir que Lula dispute
as eleições. “Se houver alguma intervenção internacional, da ONU ou de algum órgão, pode ser que ele concorra. Por aqui, não. Não sei se foi um golpe ou tem algo de verdade nesse processo, mas estou como todo mundo: sem certeza”, declarou.
TRANSFERÊNCIA DE VOTOS
Nenhum dos ouvidos acredita na transferência de votos de Lula para seu vice. Enquanto o estudante universitário e o padre concordam que Haddad não tem carisma, a diretora reforça que ele não tem a força do nome de Lula. “Haddad não tem nome tão forte quanto Lula para herdar seus votos”, analisa.
CHANCES
Mesmo figurando em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais no cenário sem Lula, Goes acredita que Bolsonaro ganha a disputa eleitoral. “Ele não deve vencer, considerando que seu eleitorado é de um nicho muito específico e há uma contraposição até mesmo da própria direita – de viés liberal – para com o candidato”, expõe o estudante.
Já Renata acredita que o postulante pode vencer a eleição, mas frisou que sua popularidade se deve ao destaque na mídia e não ao seu trabalho realizado como político. “É um nome bem cotado atualmente, com posições fortes. Não é minha escolha, pois está há tanto tempo na ‘carreira’ politica e não vejo o que esses anos todos de serviços públicos renderam de positivo na vida de nós, eleitores e cidadãos”.
Otto compara a eleição do rival de Lula nas pesquisas com a campanha do atual presidente dos EUA. “Ele tem chances como Trump teve. Ele se apresenta como um candidato especial, mas é um candidato louco. Só a expressão física dele dá medo. Sua educação é baseada em disciplina de caverna”, finaliza o padre.